Através do trabalho "Symbiosis", a artista Roberta Carvalho recria rostos e figuras humanas através de projeções de foto e vídeo sobre vegetação. Desde 2007 a artista é responsável por uma série de projeções que tomam conta das copas de árvores em espaços públicos e em paisagens amazônicas nas proximidades de Belém, sua cidade de origem.
"Comecei este projeto com a motivação de relacionar arte e natureza, em 2007, de forma bem experimental. Ele passou por diversos estágios, circulei bastante e tive a oportunidade de desenvolve-lo, mas acredito que o momento em que ele ganhou identidade e singularidade foi quando comecei a fazer o trabalho em colaboração com comunidades ribeirinhas em ilhas em frente a Belém", contou a artista.
"Ter o olhar e expressão destas pessoas espelhados em seus lugares de origem, além de ser uma felicidade de compartilhamento e construção de um trabalho em conjunto, suscitam diversas questões, entre elas a invisibilidade destas comunidades em relação ao mundo, e até em relação à Belém. É legal dizer que existem alguns artistas que trabalham árvores como suporte de projeção, porém, o primeiro trabalho a se conectar com a paisagem amazônica foi o Symbiosis e acredito que a identidade dele se construiu neste sentido. Para 2017, 10 anos do projeto, haverá o lançamento de uma exposição e de um livro. A ideia é contar a trajetória do projeto e expor novas experimentações que estão em processo."
Roberta é artista visual formada na Universidade Federal do Pará. Já expôs em diversas cidades do Brasil e de outros lugares como Paris, Barcelona, Martinica, Reino Unido. Foi vencedora de diversos prêmios, entre eles, o Prêmio FUNARTE Mulheres nas Artes Visuais, Prêmio Diário Contemporâneo (2011) e Prêmio FUNARTE Microprojetos da Amazônia Legal. Vive hoje entre Belém e São Paulo. É a idealizadora do Festival Amazônia Mapping, que desde 2013 se propõe articular os temas da arte, tecnologia no espaço público de cidades da Amazônia.
Via Idea Fixa.