Flavia Mielnik nasceu em São Paulo e atualmente é artista residente no FLORA ars+natura em Bogotá, Colômbia. No final de 2016 fez uma residência artística na qual pôde experienciar a vida cotidiana de um povoado de 96 habitantes em Bermudez, na Argentina. Através da criação colaborativa de mapas e fotografias, ela traz à tona a memória e novos imaginários urbanos do lugar. Ativando sua arquitetura e formulando novas narrativas.
Saiba mais, a seguir.
"O projeto parte de uma experiência vivida em Bermudez, um povoado de 96 habitantes, localizado a 300 quilômetros de Buenos Aires na Argentina. Para eu me orientar por lá, pedi aos bermudeños que me ajudassem a criar um mapa. Ao sinalizar as ruas de terra e as casas de adobe começou a aparecer o que com o tempo deixou de existir. Durante uma semana trabalhei com os habitantes da comunidade construindo cenas por meio da fotografia, demarcando lugares interditados e profissões que desapareceram. Como resultado desta vivência, as imagens impressas foram entregues as famílias e passaram a habitar as paisagens internas das casas de Bermudez.
O trabalho in situ ativou inquietudes em relação ao encontro, a escuta e as formas de acessar o imaginário. O deslocamento entre cidades faz parte da minha metodologia de trabalho, assim como o caminhar e a elaboração de mapas para me aproximar a uma nova geografia. A intervenção emerge como uma forma de ativar arquiteturas adormecidas, onde realizo interferências na paisagem formulando novas narrativas."
O projeto em Bermudez aconteceu durante a residência COMUNITARIA de arte contemporânea de produção artística em relação a processos sociais. Foi realizada de 31 de Outubro a 13 de Novembro de 2016, com 11 artistas da América Latina em 11 localidades do partido de Lincoln (Roberts, Pasteur, Arenaza, Las Toscas, Carlos Salas, Triunvirato, Martínez de Hoz, El Triunfo, Bayauca, Bermúdez e Lincoln), Argentina.