Costumo dizer aos arquitetos com os quais trabalho que pratiquem esse “mantra” todos os dias, pois sintetizam para mim os critérios básicos para o raciocínio do desenho urbano:
Reestruturação da malha urbana: redefina, evidencie e hierarquize uma rede viária que integre o assentamento e a cidade formal existente fazendo com que a favela deixe de ser uma barreira urbana e um espaço de exclusão.
Remoções por necessidade urbana: as remoções não se baseiam apenas nas remoções em áreas de risco, mas também são propostas quando necessárias para a determinação de uma condição urbana representativa.
Legibilidade como condição de cidadania: o desenho da malha urbana (como espaço público de integração), apropriação e entendimento da geografia e o continuum das conectividades geram o sentido de identidade do lugar e o seu consequente reconhecimento como lugar de moradia.
Integração do corpo hidrográfico à estrutura urbana: redescubra o corpo hidrográfico. A leitura da hidrografia é o principal determinante no desenho da microdrenagem e, simultaneamente, fornece a estrutura dos espaços públicos de mobilidade.
Coligação das novas edificações: novos edifícios serão solidários com o entorno, constituindo assim agrupamentos (ao contrário de isolamentos), que sempre contribuam a definir a interface de qualidade entre os espaços públicos e privados.
Héctor Vigliecca colabora mensalmente com artigos para o ArchDaily Brasil. Veja o artigo publicado no mês passado:
A ilusão da ordem / Héctor Vigliecca
Ordem e desejo de eternidade são as matérias-primas de nossos pensamentos, seria impossível pensar fora deste universo. Toda a história da urbanidade é o teatro de um drama difícil de descrever. É difícil de compreender as causas dos múltiplos e diferentes condicionantes que determinam os resultados que às vezes admiramos e às vezes detestamos.