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Projetar habitação é uma problemática aparentemente simples, mas é a mais difícil da arquitetura. A habitação é o tema mais antigo da formação do homem. É possível escrever a história da civilização, desde os primórdios do homem primitivo até hoje, analisando apenas a evolução dos modos de viver.
Saber quais são os ritos da estrutura familiar que conforma a estrutura física de uma residência coletiva é um problema a ser pensado e repensado permanentemente. Estamos sempre em evolução e, quando se trata da casa mínima, é ainda mais difícil encontrar esse modelo, pois temos que entender e só trabalhar com o essencial. Fatores como a estrutura social são determinantes. Por exemplo: nos países nórdicos, o acesso à casa se dá pela área íntima e não pela área social. Isso representa um controle familiar diferente na residência latina, na qual a área social está sempre no controle sobre a área íntima.
Le Corbusier afirma em seu livro “Por uma Arquitetura” que a arquitetura de residência é o produto imediato do instinto humano, no entanto, há muita dificuldade dos arquitetos nesse tema – e me refiro especialmente aos autores de conjuntos urbanos espalhados pelo Brasil, que mais se assemelham a depósitos de peças sobressalentes obsoletas. Esses arquitetos negam voluntariosamente, não compreendem ou simplesmente se esquecem da reflexão essencial de que a casa deve ser o habitat urbano por excelência, o cerne e a razão de ser de uma cidade.
Héctor Vigliecca colabora mensalmente com artigos para o ArchDaily Brasil. Veja os artigos que já foram publicados: