Apesar da insistência de alguns, os discos de vinil não ressurgiram devido à sua suposta qualidade de som superior. Em vez disso, o vinil continua sendo apreciado por sua peculiaridade e ambiguidade. De modo semelhante, recentemente a colagem retornou como uma estratégia de representação, provocando um debate sobre uma suposta "representação pós-digital".
Estas representações fantásticas possibilitam os arquitetos a criarem narrativas claras para complementar seu trabalho. Em resposta a esta crescente popularidade, vários sites surgiram para reforçar a tendência. Um exemplo é a plataforma ARTCUTOUT, que disponibiliza uma coleção de imagens em formato .png tiradas de obras de arte de domínio público. O site poderia ser visto como uma versão "pós-digital" do famoso SKALGUBBAR, que há anos vem fornecendo escalas humanas para povoar renderizações de todos os cantos do mundo.
Mas, apesar da utilidade dessas ilustrações isoladas ao promover a popularidade deste estilo de representação, alguns adeptos dessas representações "pós-digitais" podem ser céticos em relação a esta facilidade de acesso. Em uma entrevista recente com a Revista Metropolis, Federica Sofia Zambeletti, co-fundadora do blog de arquitetura KoozA / rch, insiste que "não é contra a reapropriação de narrativas anteriores, desde que se assuma uma posição específica", lamentando que, para muitas pessoas que estão adotando esse estilo de representação, falta esse posicionamento. À medida que o meio ganha legitimidade, talvez percebamos que boa parte da alegria dessas colagem depende de sua natureza aleatória e muitas vezes injustificada.
Confira algumas das imagens do ARTCUTOUT a seguir, e visite o site aqui para baixar os arquivos .png.