Ao longo da história, as mudanças no cenário econômico, na política, os desastres e a total incompetência fizeram com que estruturas arquitetônicas impressionantes fossem tragicamente abandonadas. Da explosão de 1986 na Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que tornou inabitável uma região da então União Soviética, ao declínio do transporte público que levou muitas estações de trem dos EUA tornarem-se supérfluas, a história do abandono da arquitetura atinge todas as culturas. E, sem manutenção regular, as estruturas se deterioram, deixando fantásticos fantasmas do passado alimentando a crescente tendência encontrada na internet de "ruin porn". Abaixo estão 8 edifícios abandonados que estão lentamente sendo engolidas pela natureza:
1. Buzludzha, Bulgária
Apelidado como "OVNI da Bulgária", este monumento ao comunismo brutalista em forma de pires foi construído pelo exército búlgaro entre 1974 e 1981. A estrutura possuía uma grande área de estar que serviu de local para celebrações e funções estatais. Além disso, seu interior era coberto de murais que celebravam Marx e Lenin. Depois que o partido comunista liderado por Todor Zhivkov caiu em 1989, a edificação entrou em ruínas. Embora a estrutura ainda esteja de pé, os constantes ciclos de congelamento e descongelamento da Europa Oriental fizeram surgir grandes buracos no telhado. Tanto a restauração como a demolição são muito difíceis de realizar, então o edifício continua a se deteriorar no topo da montanha.
2. Ilha Hashima, Japão
A Ilha de Hashima é um empreendimento pequeno, mas denso, de minas de carvão, a 14 quilômetros da costa de Nagasaki. A ilha tem uma história sombria, com grande parte do trabalho de mineração realizado na década de 1930 e 40, feito por trabalhadores forçados chineses e coreanos em condições desumanas. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, essa prática terminou e, em 1959, a Ilha Hashima chegou a abrigar 5.200 pessoas, tornando-se, segundo alguns, o local mais densamente povoado da Terra. Mas, à medida que a rápida industrialização do Japão mudou de carvão para petróleo durante a segunda metade do século XX, a demanda por mineradores rapidamente caiu à medida que as reservas de carvão se esgotavam. Em 1974, o trabalho nas minas havia cessado e Hashima foi abandonada pouco depois.
3. Fortes Marítimos Maunsell, Reino Unido
Para defender as ilhas britânicas da formidável força aérea alemã Luftwaffe, o engenheiro civil Guy Maunsell propôs levar o conflito para o mar. Essa ideia se desenrolou em uma série de torres anti-aeronaves ligadas por uma série de passarelas a poucas milhas do continente no estuário do Rio Tâmisa. Construídos em 1942 e desativados uma década depois, os fortes marítimos desempenharam uma atividade relativamente curta, mas crucial. Embora o projeto tenha sido oficialmente abandonado em 1958, os fortes marítimos foram brevemente usados para difundir transmissões de rádio piratas no final da década de 1960.
4. Parque de Diversões Pripyat, Ucrânia
1º de maio de 1986 deveria ser um feriado nacional para a União Soviética. Infelizmente, o "Dia de Maio" foi precedido pelo colapso da Usina Nuclear de Chernobyl em 26 de abril - menos de uma semana antes do novo parque de diversões de Pripyat inaugurar. A cidade estava desocupada e a roda-gigante radioativa nunca serviu a ninguém. Trinta e um anos depois, ainda está de pé, enferrujado, coberto de vegetação e congelado no tempo.
5. Estação Ferroviária Canfranc, Espanha
Em 1928, a Estação Ferroviária Internacional Canfranc era a maior estação ferroviária da Europa, servindo como uma ligação crucial entre a Espanha e a França durante quase meio século. A estação foi amplamente utilizada como locação para o filme de 1965, Doutor Jivago. Infelizmente, em 1970, um trem descarrilou e destruiu uma ponte próxima da estação francesa, tornando o terminal inútil. Apesar da atual condição da estação, os túneis subterrâneos de trem de Canfranc permaneceram utilizáveis. Em 2006, físicos espanhóis abriram o Laboratório Subterrâneo de Canfranc sob a estação existente. O ambiente frio do túnel e as trilhos móveis existentes estranhamente fornecem um espaço adequado para este tipo de laboratório.
6. Estação Central de Michigan, Estados Unidos
Esta grande estação ferroviária, hotel e torre de escritórios no estilo Beaux Artsabriu em 1914 como a estação ferroviária mais alta do mundo. À medida que a cidade do motor entrou em sua era dourada, a indústria ferroviária de Detroit começou a fraquejar. Nos anos 60 e 70, o terreno foi estrangulado pelas rodovias interstates, e a estação continuou a perder sua sustentabilidade financeira. Em 1988, o último trem da Amtrak deixou a estação marcando o fim do serviço do edifício como uma estação de passageiros; em 2000, o edifício retomou o serviço como uma estação ferroviária para mercadorias, mas que durou apenas até 2004, e a estação encontra-se abandonada desde então. Apesar do futuro incerto do edifício, os atuais proprietários da Estação Central de Michigan completaram recentemente uma iniciativa para substituir as janelas do edifício.
7. Casas Sanzhi Pod, Taiwan
As casas Sanzhi Pod foram inicialmente imaginadas como uma série lúdica de casas modulares de férias, próximas de New Taipei, em Taiwan. O projeto foi mal-sucedido desde o início — sua construção começou em 1978 e esteve sempre acima do orçamento e em atraso. As casas foram consideradas "assombradas" pelo público, já que vários trabalhadores no local morreram logo após a abertura. As casas nunca foram ocupadas continuamente e foram demolidas sem cerimônia em 2008.
8. Terminal Central de Buffalo, Estados Unidos
Não é uma surpresa que a lista inclua outra estação de trem, de estilo art deco, do cinturão da ferrugem dos EUA. O Terminal Central de Buffalo abriu em 1929 e abrigou até 200 trens diariamente durante o apogeu da cidade. Com o declínio da produção industrial, sendo continuamente terceirizada em outros locais, e os automóveis tornando-se cada vez mais populares, a estação foi obrigada a fechar em 1979. A edificação ficou abandonada por anos, até recentemente a Central Terminal Restoration Corporation comprar o terminal. Eles pretendem restaurar a estação para que ela volte a ser como em seus tempos de glória - um esforço tão assustador quanto admirável.
Atualização: este artigo originalmente negligenciou mencionar a história do trabalho forçado na ilha de Hashima. Atualizamos o texto para refletir essa história e explicamos mais claramente o motivo da inclusão da ilha nesta lista, a saber, a extrema densidade populacional em sua história mais recente. O ArchDaily pede desculpas por esta omissão e qualquer ofensa que causou.