Comprou um livro por causa da capa e não suportou o que estava escrito nele? Está com o criado-mudo lotado de livros lidos até a metade, sem vontade de retomá-los? Prometeu para si mesmo ler mais nesse ano, mas não avançou muito no primeiro semestre? Ou está buscando mudar umas ideias novas de livros, mas não sabe onde procurar? O ArchDaily Brasil pediu a diversos escritórios de arquitetura brasileiros e portugueses sugestões de livros, que não necessariamente precisavam ser relacionados à arquitetura. Veja a seleção abaixo:
Camilla Ghisleni (Colaboradora ArchDaily Brasil):
- “Um diário russo”, de John Steinbeck e Robert Cap. O livro relata a viagem dos dois pela União Soviética nos anos 40. Ilustrado com as belíssimas fotos de Capa, a escrita foi movida pela curiosidade em descobrir o cotidiano de uma Rússia stalinista que, na época, muito era demonizada.
- “Outros jeitos de usar a boca”, de Rupi Kaur. Livro de poesia levanta a bandeira do feminismo abordando lindamente questões existenciais divididas em quatro capítulos dor, amor, ruptura e cura. uma lição de sororidade.
- “A Costa dos Murmúrios”, realizado por Margarida Cardoso (2004), com adaptação do livro de Lidia Jorge com o mesmo nome.
- Um livro que leio e releio com frequência, “Atlas dos Corpo e da Imaginação – teoria, fragmentos e imagens”, de Gonçalo M. Tavares e com imagens dos Espacialistas.
Eduardo Leite Souza (Editor ArchDaily Brasil):
- “Diários de Bicicleta”, de David Byrne. O músico, vocalista do Talking Heads, conta um pouco de seu cotidiano e de suas viagens sempre acompanhados de sua bicicleta dobrável. É interessante observar a mudança de perspectiva que ocorre sobre duas rodas.
Eduardo L. Maurmann (Arquitetura Nacional):
- “Camilo Mortágua”, de Josué Guimarães
- “Nova York Delirante”, de Rem Koolhaas
Elen B. N. Maurmann (Arquitetura Nacional):
- “Steve Jobs”, de Walter Isaacson
- “Barba Ensopada de Sangue”, de Daniel Galera
- “Manual do Arquiteto Descalço”, de Johan Van Lengen. Conforto Ambiental e BioArquitetura para iniciantes. Livro muito rápido de ser lido, interessante tanto para profissionais quanto leigos.
- “Verdade Tropical”, de Caetano Veloso falando sobre a própria vida e história. Acaba falando de várias outras coisas tão interessantes quanto.
- “Livro do desassossego”, de Fernando Pessoa
- “Histórias da Terra e do Mar”, de Sophia de Mello Breyner
Joanna Helm:
- A Distinção - Critica Social do Julgamento - Pierre Bourdieu
- A Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord
Fundamentais para arquitetos
João Braga (SALWORKS):
- “Yes is more”, de Bjarke Ingels Group - BIG
- “Memorial do Convento”, de José Saramago
- “Poetry as an insurgent art”, de Lawrence Ferlinghetti: A poesia pode inspirar a arquitetura e o pensamento crítico.
- “Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino: Cidades imaginárias do livro provocam o entendimento das cidades reais.
- “O Pintassilgo”, de Donna Tartt
- “The Autobiography of an All Blacks Legend”, de Dan Carter
Julia Dauden (Colaboradora ArchDaily Brasil):
- “Corações sujos”, de Fernando Morais. Incorpora o contexto da Segunda Guerra Mundial em um cenário bastante específico, o da colônia japonesa no Brasil. Um retrato cuidadoso de um tema pouco abordado.
- “O homem que amava os cachorros”, de Leonardo Padura. A trajetória de Leon Troski e os entremeios da intenção revolucionária contadas pelo escritor cubano.
Luis Pompeo Martins (23 Sul Arquitetura):
- "Just Boys", de Patti Smith. Nesse livro autobiográfico, Patti Smith relata suas experiências que teve em sua juventude na cidade de Nova Iorque, onde conviveu com figuras como Janis Joplin, Andy Warhol e Bob Dylan. Ela relata de forma inspiradora o papel da arte em sua existência, independentemente do suporte, seja ele música, moda, fotografia, poesia, ou qualquer outro que possa surgir.
- "A Resistência", de Julián Fucks. Considerado um dos melhores livros de 2016, esse livro mistura as memórias pessoais da infância do autor na relação com o seu irmão, com histórias terríveis do período da ditadura militar argentina.
- “Algarve Building: Modernism, Regionalism and Architecture in the South of Portugal, 1925-1965”, de Ricardo Aragez. Livro bastante interessante sobre a arquitectura modernista algarvia
- “Memórias de Adriano”, de Marguerite Yourcenar. Um clássico da literatura
Maria Cau (Goma Oficina):
- A nova coleção de livros lançada pela Romano Guerra com a editora Nhamerica: "Pensamentos da América Latina". Um bom para começar são as crônicas de Carlos Teixeira em “Ode ao Vazio”.
Marina Grinover (Base Urbana):
- "Grande Sertão Veredas", de Guimarães Rosa
- "Clarice Lispector todos os contos", de Clarisse Lispector - Editora Rocco.
Estes autores fundaram uma linguagem brasileira de contar histórias, de narrar a vida que se leva neste país com a força da poesia e da realidade dura e crua, tão fundamental para este momento de crise.
Paula Otto (Arquitetura Nacional):
- “A Morte do Pai”, de Karl Ove Knausgård
- “A Amiga Genial”, de Elena Ferrante
Pedro Vada (Editor ArchDaily Brasil):
- “Medo e Delírio em Las Vegas”, de Hunter Thompson. Clássico da contracultura estadunidense e livro auge desse paranoico jornalista. Uma viagem lisérgica!
- “A Invenção de Morel”, de Adolfo Bioy Casares. História fantástica desse excelente escritor argentino. Segundo Borges, perfeita!
Romullo Baratto (Editor ArchDaily Brasil):
- “A amiga genial”, de Elena Ferrante. Primeiro livro da "série napolitana" de quatro volumes de Elena Ferrante, narra a íntima relação entre duas amigas que vivem em um bairro de Nápoles. Este primeiro título conta o início da amizade entre Elena e Lila, da infância à adolescência. Escritos com uma franqueza por vezes assustadora, esta série de Ferrante apresenta um olhar feminino que choca pelo modo como descreve as relações e dinâmicas humanas e o papel da mulher na sociedade italiana na década de 1960 - período tratado neste primeiro livro.
- "i hate the internet" do Jarett Kobek e "wasting time on the internet" do Kenneth Goldsmith. Dois interessantíssimos autores contemporâneos dando panoramas absolutamente diferentes sobre o mesmo tema, a internet.
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