Os espaços públicos estão, cada vez mais, sendo valorizados pelos seus habitantes. Sua importância reside no que é essencial para a vitalidade do espaço urbano e que determina a qualidade de vida de seus habitantes.
O valor dos acontecimentos que se desenvolvem no espaço público é tão importante que é responsável pela construção da vida pública das cidades. Este conceito, “vida pública”, tem sido o objeto de pesquisa do Gehl Institute, estabelecido em 2015 em Nova Iorque pelo estudio Gehl do reconhecido arquiteto e urbanista Jan Gehl, devido aquilo que, no seu ponto de vista, deveria ser prioridade para todos os prefeitos do mundo.
Os estudos realizados tem como objetivo transformar a forma como as cidades se conformam, fazendo da vida pública um motor indutivo de projeto, política e governança.
Como resultado, acaba de ser lançado o “Guia da Vida Pública para Prefeitos ”, uma publicação realizada com apoio do Knight Foundation, que nasce sobre a premissa de que a vida pública é um direito de todos.
Define-se vida pública, neste guia, como as interações que ocorrem nos espaços abertos como as ruas, os parques, as praças e inclusive, entre os edifícios.
Em geral, trata-se de conexões que as pessoas, de todas as idades, protagonizam nos entornos urbanos e que não necessariamente requer um diálogo. Por exemplo, uma pessoa que se senta ao lado de um desconhecido, mas que também está sendo parte da vida pública de sua cidade.
As características da vida pública variam de um contexto para outro, não obstante, o principal é que seja acessível, inclusiva, segura e vibrante.
Ainda que a publicação esteja dirigida especialmente aos prefeitos e suas equipes de trabalho, não deixa de ser um material muito útil para aqueles que estão focados na construção e no desenvolvimento de cidades pensadas para pessoas, devido ao fato de que compartilha cinco estratégias sobre como fomentar a vida pública. São elas:
1. Medir: uma metodologia inicial para planejar políticas públicas orientadas a melhorar esta vida pública, é quantificar os espaços públicos da cidade e identificar em quais as pessoas passam mais tempo. Somado a isso pode-se estabelecer métricas voltadas às pessoas com o objetivo de reconhecer seu comportamento nestes lugares.
2. Convidar: a participação da comunidade no desenvolvimento dos projetos urbanos é mais comum quando as iniciativas já estão definidas, segundo o que está proposto no guia. Por isso, planeja-se que é necessário realizar um calendário de projetos para que a população possa envolver-se nas etapas iniciais. Assim, este processo poderia ser mais eficaz e inclusivo.
Paralelamente, é recomendável que isto seja replicado para os diferentes atores envolvidos na tomada de decisões.
3. Fazer: muitas vezes quando se fala de um novo projeto, é mais fácil dizer do que fazer. Considerando isso, o Gehl Institute fez uma seleção de mecanismos auxiliares à execução das iniciativas. Como começar? A publicação sugere partir com intervenções temporais que aproveitam a infra estrutura existente e que se propõe a criar mudanças a longo prazo.
4. Desenvolver: o início de um projeto não quer dizer que tem que terminar tal qual como se projetou. Ao contrário, porque o seu desenvolvimento dá a opção de ir avaliando por etapas a medida que se avança. De fato, os benefícios decorrem disso, deixando uma margem de experimentação para quem está operando e permitindo também uma sensibilidade com o contexto.
5. Formalizar: um exito no desenvolvimento de projetos urbanos, independente de sua envergadura, é realizá-los concentrando-se nas pessoas. A respeito disso, o Gehl Institute afirma que este enfoque deve ser institucionalizado e incorporado nos processos de planejamento devido ao que se demostrou ser um exito e contribuiu para construir cidades mais equitativas, habitáveis e vibrantes.
Junto com a apresentação de cada uma destas estratégias há um estudo de caso associado a cidades muito diversas entre si como Copenhague, Denver e Lexington, Nova Iorque, Pittsburgh, San Francisco e St.Paul.
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