Você já ficou mais de uma hora rolando a barrinha para escolher uma fonte que combinasse com seu trabalho? Antes de começar um projeto já pensa em qual tipografia vai usar? Fica irritado quando lê uma mensagem importante escrita em Comic Sans? Ou se sente ofendido quando uma sentença banal é escrita em caixa alta? Fique tranquilo, você não está sozinho.
Arquitetos e designers apropriam-se constantemente de elementos gráficos como meios expressivos na esquematização de seus trabalhos. Dentre eles, o mais comum são os desenhos, numa variedade constante entre técnicas, estilos e padrões. Mas entre os elementos que compõem as pranchas, painéis e desenhos, técnicas e modelos, há um fragmento particular que os ajuda na composição e identidade: o uso da Tipografia.
A arte da Tipografia estabelece um dos pilares do Design Gráfico e pode ser definida como um conjunto de sistemas na impressão dos Tipos. Os Tipos são os desenhos assumidos por determinada família de letras em seu padrão. Dentro da família, há variações entre as letras (light, itálico e negrito), por tipos de caixa (alta – maiúscula e baixa – minúscula), por classificação das fontes, entre, Sans-serif (sem serifa), Serif (com serifa), Script (cursiva) e Dingbat (ornamental), além de inúmeros outros recursos de identidade da mesma.
Vale destacar que a importância da Tipografia nos esquemas gráficos dos designers e em especial, dos arquitetos, é fundamental na comunicação gráfica à leitura não verbal. A escolha correta da Tipografia conduz a lógica mental na leitura de determinada peça gráfica, seja um desenho, um texto ou mesmo um esquema, num ato convidativo ao leitor atravessar pontes imaginárias entre o real e o imaginário.
Na Arquitetura, os modelos tipográficos não se restringem apenas às folhas e apresentações gráficas dos arquitetos, mas também na composição de fachadas, projetos de identidade visual dos edifícios e, sobretudo, no uso da Tipografia vernacular, feita pelo povo, como manifestação cultural, na aproximação ao popular, revelando a necessidade de expressão variada, nas diferentes camadas e polos.
Selecionamos alguns modelos tipográficos bastante usados por arquitetos, desde desenhos técnicos a diagramas. Muitas delas são fontes pagas, em que os criadores recebem pelo uso. Há também a opção de encontrar boas fontes gratuitas nesse link. Confira nossa seleção a seguir:
Futura
Criada por Paul Renner na década de 1920, essa tipografia é um clássico do Design Gráfico Moderno. Inspirada pelas técnicas da Bauhaus, utiliza linhas retas e curvas em sintonia, propiciando equilíbrio no conjunto textual. Contudo, apesar da limpeza visual, a fonte não é indicada a longos textos, por conta da exaustão visual provocada. Indicada a textos pontuais nas pranchas arquitetônicas, como títulos e subtítulos. Ainda muito utilizada para identidade visual de edifícios corporativos.
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Bauhaus
Desenvolvida pelo designer gráfico Herbert Bayer, em 1925, estabeleceu em sua concepção, atemporalidade, transcendendo o tempo. O designer responsável estudou na Bauhaus entre 1921 e 1923, sob a direção de Kandinsky e Moholy-Nagy. Utilizada até os dias de hoje, é em maior parte atribuída à títulos e subtítulos na composição de pranchas.
A fonte geralmente vem instalada com o Windows e pode ser comprada aqui.
Neutra
Em homenagem ao importante arquiteto modernista Richard Neutra, o designer gráfico Christian Schwartz encarregou-se de conceber o alfabeto de acordo com o traçado do arquiteto. Em conjunto, Julius Schulman e Dion Neutra também participaram do processo. Muito utilizada nos trabalhos de Arquitetura e Design, ainda muito competida com a tipografia Futura.
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Bodoni
Criada em 1767, por Giambattista Bodoni, a tipografia com alta força estética, deve ser usada com cautela. Devido ao conjunto de linhas e presença marcante de suas letras, não é indicada a longos textos, mas para destaques, como títulos e detalhes.
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Gotham
Inspirada nas típicas letras utilizadas na sinalização e identidade visual arquitetônica, foi concebida nos anos 2000 pelo designer Tobias Frere-Jones. Muito utilizada pela Publicidade, pela ideia de credibilidade transmitida por suas linhas, na arquitetura, a tipografia é indicada para aplicação em cartões de visita e logos.
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Butler
Entre a linguagem das tipografias Bodoni e Dala Floda, Bluter consiste numa tipografia moderna junto a linhas curvilíneas, compondo-as. Pela forte personalidade, é indicada a títulos em pranchas e logos.
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Consolas
Muito utilizada para textos, a fonte é ideal para pranchas de concursos e universitárias, ou mesmo em caixas de texto em detalhamentos gráficos, isso porque sua estética clean e proporção de linhas permite longas leituras sem cansar o leitor. A tipografia, desenhada por Lucas deGroot, também é muito utilizada em livros e revistas especializadas de Arquitetura.
Nas plataformas Windows, a tipografia junto a outras cinco (Cambria, Constantia, Corbel, Candara, e Calibri) são destaques entre as mais utilizadas, não havendo a necessidade de aquisição externa.
Helvetica
Grande parte dos arquitetos, mesmo sem noções avançadas de Design gráfico, intuitivamente escolhem tipografias sem serifa, minimalistas e com linhas mais retas. Entre as mais utilizadas em textos, assim como o caso anterior, a Helvética têm notoriedade entre os profissionais. Criada no século XX, por Max Miedinger e Eduard Hoffmann, é fortemente associada ao Design Gráfico Moderno, pelo conjunto de linhas e traçado e como premissa o designer buscou um design neutro e conciso.
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Modeka
Para aqueles que gostam de uma tipografia versátil e ainda sutil para compor suas pranchas, essa tipografia é uma das ideais. Num sistema de linhas híbridas, entre o racionalismo da linha reta e a quebra de estaticidade da linha curva, a fonte criada por Gatis vilaks privilegia um harmonioso conjunto pela composição. Indicada para aplicação em títulos, subtítulos e detalhes textuais na composição gráfica de pranchas e desenhos.
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Poplar
Projetada por Barbara Lind, a tipografia pertencente à Adobe, apresenta personalidade e força em sua composição, ideal à uma variada gama de aplicações, como por exemplo em pranchas, diagramas e esquemas. A fonte é indicada a títulos, subtítulos e detalhes na composição.
A fonte pertence à Adobe. Pode ser comprada aqui.
Gostou da lista? Acha que nos esquecemos de alguma tipografia importante? Deixe seu comentário!
Publicado originalmente em 22 de setembro de 2017; atualizado em 21 de novembro de 2019.