Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis)

Este breve artigo, escrito pelo autor e crítico Jonathan Glancey, coincide com o lançamento do Architecture Drawing Prize – um concurso com curadoria do World Architecture Festival, o Sir John Soane's Museum, e Make. Os premiados serão exibidos em Londres e Berlim.

Para os arquitetos, diz Narinder Sagoo, diretor de design de comunicação da Foster + Partners, desenhos são responsáveis por contar histórias. Também representam uma maneira altamente eficaz de levantar questões sobre o processo de projeto. Embora a história da arquitetura - certamente desde o Renascimento italiano - tenha sido representada por desenhos convincentes que afirmam a supremacia e refletem a glória de edifícios totalmente resolvidos, há outro modo de representação que permitiu aos arquitetos pensar seus projetos sem preconceitos.

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© Foster + Partners

Estes desenhos são, em grande parte, resultantes da atividade projetual desenvolvida nas últimas décadas, quando a forma, as plantas e as seções dos edifícios começaram a evoluir independentemente dos cânones específicos da própria disciplina. Norman Foster, um arquiteto que preenche continuamente cadernos de croquis com esboços a lápis, utiliza esta ferramenta para pensar sobre a essência das demandas de cada projeto. O imediatismo desta sua prática inesgotável levou-o a desenvolver alternativas radicais para diferentes tipos de construção que, em um estágio ou outro de sua evolução, pareciam ficar estagnados sem uma solução satisfatória.

Proposta para o Aeroporto de Stansted, Reino Unido / Norman Foster. Imagem © Foster + Partners

Narinder Sagoo, para quem o desenho é apenas secundário, se delicia em um desenho em particular que Norman Foster fez enquanto pensava em propostas de projeto para o Aeroporto de Stansted [acima]. Ele retrata uma mão virando o prédio de cabeça para baixo. Este desenho direto, e quase como desenho animado, pode parecer muito simples, mas representa o momento em que Foster sugeriu que se movesse para o subsolo todo o maquinário pesado que estava na cobertura do aeroporto. Neste momento, a cobertura não seria nada mais nada menos que um simples guarda-chuva ou guarda-sol elevado e leve, livre dos horrores claustrofóbicos dos aeroportos de tetos baixos com forros técnicos da década de 1960 até o final da década de 1980.

© Foster + Partners

O que Foster, Sagoo e seus colegas descobriram mais uma vez, e ao redor de todo o mundo, é que os clientes gostam destes desenhos interrogativos e narrativos mais do que qualquer arquiteto poderia imaginar. Até pouco tempo, a maioria dos arquitetos tendia a apresentar ao cliente desenhos bastante assertivos. Renderizações altamente realistas e de esquemas acabados em um estágio tal que o cliente talvez não estivesse esperando.

© Foster + Partners
© Foster + Partners

"Ao criar desenhos que questionam os conceitos previamente estabelecidos por todos os envolvidos", diz Sagoo, "o mais importante é se colocar ao lado do cliente e do usuário, ao invés do oposto. O desenho, afinal, é um idioma e todos os idiomas requerem dois lados para funcionar com sucesso. Então, através do desenho, podemos chegar a conclusões em conjunto ... verifique com seu colega!"

© Foster + Partners
© Foster + Partners

Agora, Sagoo rabisca com as canetas digitais da Apple em telas de iPads. Esta tecnologia permite que ele desenhe com rapidez enquanto emprega uma ampla gama de técnicas. Mais importante ainda, permite que os clientes vejam os desenhos à medida que são criados para que o processo de projeto possa ser questionado e esteja muito presente para todos. Então, este é o novo croqui do arquiteto, como sempre foram, mas agora com a ajuda de uma tecnologia que dá vida ao desenho de um modo bastante dinâmico.

Para Sagoo, jurado do 2017 Architecture Drawing Prize, os vencedores não devem ser altamente complexas (embora, é claro, elas possam ser). Podem ser desenhos que mostram como os arquitetos questionam projetos e como um desenho, talvez muito diferente daquele que evoca uma fachada nobre de Beaux-Arts, pode simplesmente transformar a própria natureza dos edifícios.

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This short essay, written by the author and critic Jonathan Glancey, coincides with the launch of the inaugural Architecture Drawing Prize - a competition curated by the World Architecture Festival, the Sir John Soane's Museum, and Make. The deadline for the award is the 18th September 2017 and successful entries will be exhibited in both London and Berlin.

Sobre este autor
Cita: Glancey, Jonathan . "Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis)" [How Narinder Sagoo And Foster + Partners Are Turning Architectural Preconceptions On Their Head (With A Pencil)] 30 Set 2017. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/880417/como-narinder-sagoo-e-foster-plus-partners-estao-acabando-com-os-preconceitos-da-arquitetura-com-um-lapis> ISSN 0719-8906

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