Em 13 anos, a empresa dinamarquesa BIG converteu-se em um ícone da arquitetura espetacular e seu fundador, Bjarke Ingels, no starchitect mais popular do mundo. Entretanto, o escritório tem sido fortemente criticado por aquilo que alguns críticos chamaram de "infantilização da arquitetura", com suas obras vistas como ícones isolados e fotogênicos.
Aproveitando a ida de Ingels à Espanha, a jornalista Anatxu Zabalbeascoa conversou com o arquiteto sobre o impacto do escritório dinamarquês na arquitetura mundial e como ele caminha na corda bamba entre "projetos impactantes para o mundo dos poderosos [e] outra opção para aqueles que não estão contentes com os modelos arquitetônicos existentes".
A conversa aborda o impacto dos gigantes da tecnologia no planejamento urbano, sua relação com Koolhaas - com quem trabalhou um ano e meio -, sua vida pessoal e o agitado mundo da arquitetura, as ideias por trás do edifício World Trade Center 2, projetado pelo BIG e que substituiu um desenho original de Norman Foster. Sobre isso, Ingels explica:
No mundo da arquitetura, há muito mais coisas fora do controle dos arquitetos do que sob controle. Não importa quão maravilhoso seja um edifício; se não há cliente, não será construído.
O escritório está por trás de projetos icônicos na Dinamarca, como o Mountain Dwellings e 8 House, e é responsável também pelas novas sedes da Google em Londres e San Francisco e projetos em Manhattan, como o VIA 57 West. Todos estes projetos são edifícios imponentes e, de fato, o web site funciona como uma biblioteca de ícones. Zabalbeascoa questiona se "o diferente tem que ser fotogênico", ao que Ingels comenta:
Repensar a arquitetura implica estar preparado para aceitar peculiaridades. Não nos interessa a definição da beleza como proporção. Não queremos disfarçar os edifícios com a normalidade.
Leia a entrevista completa no El País Semanal.