Para uma melhor e mais ampla propagação das frequências de TV e rádio, é imprescindível que as antenas localizem-se em um local estratégico e, acima de tudo, alto. Quando não há uma topografia favorável para a implantação das mesmas, a construção de torres e mastros para a radio-difusão torna-se imprescindível. Mas, mais do que cumprir uma importante função, elas representam marcos visuais, e são uma incrível oportunidade de transformar uma infraestrutura urbana em uma peça de estética única. Alguns exímios profissionais da arquitetura junto a suas equipes puderam desenvolver projetos destinados a torres de rádio e TVs, conferindo o alto rigor estrutural junto à inventividade plástica do desenho assumido pela solução adotada. Selecionamos uma breve coletânea de projetos de torres transmissivas televisivas e de rádios. Confira a seguir:
Torre de TV de Brasília
Arquiteto Responsável: Lúcio Costa
Ano: 1965-1967
Localização: Eixo Monumental, s/n - Jardim Burle Marx, Brasília - DF, 70297-400
Com seus 224 metros de altura, a torre de TV da capital do Brasil foi projetada por Lúcio Costa como centro retransmissor das emissoras televisivas e de rádio.
Com localização privilegiada e vista aos cartões-postal da cidade, um mirante com capacidade para 150 pessoas é disposto na estrutura de base triangular em concreto armado com 50 metros de comprimento em cada aresta apoiado sob três apoios em “V” de seção trapezoidal, criando seis pontos que tocam a laje. Os apoios em “V”, típicos nas construções modernistas e especialmente, da cidade, têm 6 metros na base maior (inferior), 2,45 metros nos pontos que tocam a laje (superior), e ao centro, o core (escadas e elevadores) com 3,45 metros de largura e 10,5 de comprimento concentra os acessos verticais ao mirante.
Do alto, turistas e visitantes podem contemplar o projeto paisagístico de Roberto Burle Marx incorporado à sua simetria no eixo viário.
Instalações técnicas e áreas de apoio são resguardadas no subsolo da estrutura com pé-direito de cerca de 5 metros de altura, junto a um anexo para funcionamento das estações.
Como curiosidade, a torres é a quarta estrutura mais alta do Brasil.
Torre de Collserola
Arquiteto Responsável: Norman Foster / Foster+Partners
Ano: 1992
Localização: Ctra. de Vallvidrera al Tibidabo, S/N, 08017 Barcelona, Espanha
Construída sob a intenção de melhorias na transmissão dos jogos olímpicos de 1992 sedeados em Barcelona na Espanha, a torre contem uma historia particular. Enfrentando dificuldades ambientais pela implantação de inúmeras torres transmissivas na encosta da montanha de Tibidabo, o então prefeito da época, Pasqual Maragall decidiu que as três principais redes deveriam unir-se em prol da materialização de uma torre única, que por ventura, seria a chance pela construção de um aparato inventivo e com alto rigor construtivo.
Convidados a desenhá-la, a equipe do Foster+Partners junto a lideres de equipes estruturais do ARUP, desenvolveram uma estrutura tubular híbrida, após discussões acerca de possíveis soluções e tentativas estruturais capazes de erguer os 288 metros de altura. O mastro solidificado em concreto e aço com 4,5 metros de diâmetro – cerca de 20 por cento da medida caso fosse executado em concreto, minimizou consideravelmente o impacto ambiental na construção ao alto da montanha. Construída em 24 meses, soluções em sobreposição foram adotadas, de modo que mastros, decks e equipamentos são dispostos em níveis, um acima do outro. Suspensas, as plataformas são presas por três treliças primárias junto a cabos de aço presos no alto do mastro e pela montanha.
Torre de Montjuïc
Arquiteto Responsável: Santiago Calatrava / Calatrava – Architects & Engineers
Ano: 1989-1992
Localização: 08038 Barcelona, Espanha
Projetada por Santiago Calatrava, também na ocasião das Olímpiadas de 1992 em Barcelona, a torre com 136 metros de altura remete ao desenho da silhueta de um atleta ajoelhando-se para receber a medalha. Em homenagem à Antoni Gaudí, sua base é recoberta de trencadís brancos – técnica em cacos de azulejaria que criam mosaicos. O desenho da torre apresenta uma segunda função: relógio de sol, projetando a sombra do mastro sobre a praça e ajudando conferir a mudança de horário durante o dia.
CN Tower
Arquiteto Responsável: John Andrews / John Andrews Architects
Ano: 1973-1976
Localização: 301 Front St W, Toronto, ON M5V 2T6, Canadá
Localizada em Toronto, no Canadá, com seus 553 metros de altura, recebe o título de terceira torre mais alta do mundo, sendo ultrapassada pelo Burj Khalifa em Dubai (828 metros). Com título referindo-se a companhia ferroviária que a construiu – Canadian National, atualmente pertencente à Canada Lands Company, e foi construída seguindo a proposta colocada em 1968 acerca das interferências na transmissão da comunicação devido à construção de edifícios cada vez mais altos na região. Nos cinco anos que sucederam a ideia, optou-se por concretizar o feito e a nova construção viria a tornar-se um marco no maior centro financeiro do país.
Desenhada pelo escritório John Andrews Architects junto a equipe do WZMH Architects, faz parte do Metro Centre, oferecendo eximia solução a não convencional instalação de torres no topo dos edifícios, o que viria ferir bruscamente o skyline da cidade.
Construída em concreto de alto desempenho, a estrutura foi concebida de modo que conforme se enrijeciam as peças, elas eram içadas por meio de macacos hidráulicos, cerca de 6 metros a cada dia. Ao alto, braçadeiras de aço suportam o pavimento principal que atualmente abriga um restaurante/observatório.
No ponto mais alto, a antena transmissora foi posicionada por meio de um helicóptero do exército – Sikorsky S-64, que posteriormente foi utilizado para colocar outras peças no topo.
Oriental Pearl Tower
Arquiteto Responsável: Jia Huan Cheng / Shanghai Modern Architectural Design Co. Ltd.
Ano: 1991-1995
Localização: 1 Century Ave, LuJiaZui, Pudong Xinqu, Shanghai Shi, China, 200000
Conhecida como Pérola do Oriente, a torre de transmissão televisiva construída e posicionada em Xangai, na China, com seus 468 metros foi baseada em um dos poemas da dinastia Tang, atingindo o titulo de segunda torre mais alta do continente asiático.
Erguida ao longo de quatro anos, utilizando peças de aço, mantem como característica estrutural o emprego de cinco esferas conectoras de braços metálicos com 9 metros de diâmetro – três menores nas áreas mais baixas, uma central com 50 metros de diâmetro e uma ultima, no topo com 14 metros de diâmetro.
A 350 metros do solo, o observatório nomeado de Space Module privilegia uma vista panorâmica da cidade. Na esfera a 263 metros de altura, há o espaço denominado Sightseeing Floor, já o observatório mais baixo é nomeado como Space City. Junto aos observatórios, restaurantes e espaços expositivos são dispostos.
Tokyo Skytree
Escritório Responsável: Nikken Sekkei
Ano: 2008-2012
Localização: 1 Chome-1-2 Oshiage, Sumida, Tokyo 131-0045, Japão
Com 634 metros de altura, a torre transmissora de rádio e TV mais alta da Ásia, inaugurada em 2012 foi baseada em edifícios contemporâneos japoneses. Com cinco diferentes modelos de perfis de aço que são conectados por meio de treliças verticais, apresenta uma conformação que parte de base triangular até chegar ao topo de modo circular. O núcleo central foi executado utilizando fôrmas trepantes, muito indicadas para a construção de estruturas em alturas elevadas.
Possui dois observatórios, o primeiro a 350 metros de altura e o segundo a 450 metros do solo.
O projeto luminotécnico foi executado por Hirohito Totsune, e possui elementos da cultura japonesa, sendo um dos lados da torre iluminado somente por uma cor, enquanto que o lado oposto possui outras cores, permitindo o simbolismo da cultura.
Space Needle
Escritório Responsável: John Graham & Company
Ano: 1962
Localização: 400 Broad St, Seattle, WA 98109, EUA
Com seus 184 metros de altura pontuando o conjunto de edifícios de Seattle, nos EUA, a torre foi construída à Feira Mundial de 1962 compondo a Exposição do Século XXI. Com quatro apoios que abrem-se como braços a segurar o prato metálico que abriga o restaurante-observatório, pesam quase 6 mil toneladas.
A 152 metros de altura do solo, o observatório com vista panorâmica à cidade, com janelas de vidro em todo o perímetro, realizam um giro interno em 360º permitindo vislumbrar toda a paisagem ao longo de 1 hora.
Reconhecida como uma relíquia do passado, no final da década de 1990, foi declarada como marco histórico pela Câmara Municipal de Seattle - a primeira estrutura a se qualificar em cada um dos seis critérios potenciais para o título.
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