O Coletivo Arquitetas Invisíveis é uma ação que busca promover a igualdade de gênero dentro do âmbito da arquitetura e do urbanismo, por meio do reconhecimento e divulgação da vida e obra de arquitetas desprestigiadas pela história. Criado por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, a primeira iniciativa do grupo foi no sentido de ampliar o repertório dos estudantes e profissionais de arquitetura e urbanismo e, ao mesmo tempo, incitar a discussão sobre gênero no meio acadêmico e profissional. O Arquitetas Invisíveis foi oficialmente inaugurado dia 8 de março de 2014, em homenagem ao dia internacional da mulher, e usou o facebook para alcançar estudantes e profissionais de arquitetura do Brasil.
Hoje, dia 08 de março de 2018 o Coletivo Arquitetas Invisíveis lança a segunda edição da Revista Arquitetas Invisíveis, sob o tema "Nas Sombras".
A revista nasce da vontade de compartilhar conhecimentos e reflexões, além de contribuir para o avanço das discussões de gênero no campo da arquitetura e áreas relacionadas. É uma forma de abrir oportunidade para divulgação de trabalhos de pessoas que abordam o tema de gênero na arquitetura, sendo aberto também às trocas disciplinares, acolhendo contribuições de campos diversos, dentro os quais a História, a Geografia, a Sociologia, a Antropologia, as Artes, a Psicologia, entre outros. O estreitamento dessas relações colabora para o intercâmbio entre diferentes grupos e regiões, o fomento de pesquisas conjuntas e publicações coletivas, consolidando o papel da mulher na história da arquitetura e do urbanismo e os núcleos de estudo nessa área.
A partir dos estudos desenvolvidos pelo Coletivo, definiu-se oito temáticas gerais, sendo que cada uma terá destaque a cada lançamento de revista: As Pioneiras, Nas Sombras, Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo, Sustentabilidade, Trabalho social/projetos participativos e a última edição (sem nome definido), que trará uma fechamento das edições anteriores e a abertura de um novo ciclo de temas e discussões, apontando para um avanço das reflexões. A segunda edição da Revista, traz o tema “Nas Sombras”, dando destaque para trabalhos (textos, ilustrações, imagens) selecionados que trazem reflexões sobre as mulheres que tiveram sua produção invisibilizada por atuarem em parceria com homens:
Infelizmente, muitas arquitetas de altíssima qualidade sofreram as nefastas consequências da estrutura social misógina na qual estavam inseridas. Mesmo atuando de maneira substancial e brilhante, raramente galgaram os méritos de seus feitos, muitas vezes concedidos a um arquiteto, por este ser homem. Entre elas, algumas tiveram seus trabalhos legados ao segundo plano devido à ascensão de seus colegas de trabalho, como Aino Aalto, Eileen Gray, Ray Eames e Charlotte Perriad. Outras sofreram mais com as consequências de reviravoltas políticas, como Lilly Reich. Já Marion Mahony Griffin, além de sua colaboração (não reconhecida) com Frank Lloyd Wright, foi uma grande desenhista e ilustradora do estilo da Pradaria, além do projeto para a cidade de Canberra na Austrália. Entre elas, porém, o caso mais conhecido é o de Denise Scott Brown, cujo mérito de sua obra foi ignorado de forma ostensiva, enquanto seu marido recebeu o Prêmio Pritzker sozinho por uma trajetória que, na realidade, foi notoriamente colaborativa.
Arquitetas Invisíveis apresentam 48 mulheres na arquitetura: "Nas Sombras"
CONTEÚDO
1. Editorial (Hana Andrade e Lara Pita - arquitetas invisíveis)
2. A beleza da sombra (Edilene Alessi)
3. As mulheres na sombra: edificando a casa e o lar social (Mariela Mezalira e Silvia Maria Caser Spolaor)
4. Trabalho de mulheres: estética feminina e moralidade (Fanny Schroeder de Freitas Araujo e Ana Gabriela Godinho Lima)
5. Matrimônio e vida profissional: arquitetas, artistas e escritoras do século XX (Telmi Adame)
6. Esposas: a consorte nas parcerias profissionais entre arquitetos (Andréa Gáti)
7. Eileen Gray e a crítica de gênero (Thays Teixeira)
8. Nícia Bormann, uma trajetória oculta (EricaMaria)
9. Varvara Stepanova e a escola soviética Vkuhtemas (Maria Cau Levy)
10. Itala Fulvia Villa. Entre a arquitetura moderna e o urbanismo argentino (Soraya Jebai Quinta)
11. Arquitetas negras: apagamento e invisibilidade (Andréia Moassab e Joice Berth)
12. A casa de vidro e sua moradora invisível (Sabrina Studart Fontenele Costa)
13. Elas escrevem, eles constroem (Anna Openheimer)
14. Apropriada (Barbara Alves Pinto)
15. Arquiteta, mulher e estrangeira num país muçulmano: uma crônica sobre uma construção, poligamia e empoderamento feminino (Thaisa Comelli)
16. Casa de parto: reconstruindo a forma de nascer (Julia Matos)
17. Olhares feministas: cartas entre arquitetura e psicologia sobre a importância do empoderamento (Laina Silva e Edson da Silva)
18. Carta de uma travesti: futura jurista para estudantes de direito (Maria Léo Araruna)
19. Mulheres na construção civil contemporânea (Jéssica Martins)
20. Os rios como articuladores do espaço urbano: uma descoberta sob a perspectiva de gênero (Mônica Alessandra)
21. Invisibilidade feminina na história e na cidade: os monumentos públicos falam sobre quem? (Isabela Rapizo Peccini)
22. Rodoviarismo e machismo (Thais Viyuela)
23. Fotografia de viagem (Giovanna Pinhata)
24. Identidade lesbianas e possibilidades urbanas (Juliana Motter)
25. Direito das mulheres a moradia adequada: reflexões sobre a política habitacional (José Aloir Carneiro de Araújo Neto)
26. Público e privado, masculino e feminino (Gabriela Cascelli Farinasso e Raquel de Araújo Freire - arquitetas invisíveis)
27. Chamada de Trabalhos: Revista Arquitetas Invisíveis nº 3
Somos uma produção coletiva e colaborativa, e por isso agradecemos imensamente a todas as pessoas que nos apoiaram e colaboraram de todas as formas para que essa segunda edição ganhasse vida, entre produções de textos e imagens, traduções e revisões, diagramação e divulgação, a Revista Arquitetas Invisíveis n.2 acontece agora por todas e todos vocês.
Para maiores informações sobre como adquirir a Edição nº 2 da Revista, acesse o site do coletivo.
Arquitetas Invisíveis apresentam 48 mulheres na Arquitetura
Para celebrar o Dia das Mulheres, pedimos ao coletivo brasileiro Arquitetas Invisíveis, com sede em Brasília, que compartilhassem conosco parte de sua pesquisa que identifica e enaltece o trabalho das mulheres na Arquitetura e Urbanismo.