Na semana passada, publicamos a notícia de que a arquiteta catalã radicada em Nova Iorque, Eva Franch i Gilabert havia sido eleita como nova Diretora da Architectural Association de Londres. Antes dessa nomeação, Franch cumpriu durante 7 anos um importante papel como Curadora Responsável e Diretora Executiva de Storefront for Art and Architecture em Nova Iorque.
Eva Franch participou da última Bienal do Chile, convidada pela organização para propor uma versão em Valparaíso de um dos projetos mais populares de Storefront, as "Cartas ao Prefeito". Na ocasião, Franch entregou 55 cartas escritas por arquitetos chilenos pessoalmente ao prefeito de Valparaíso, Jorge Sharp. Estas continham desenhos, ideias e demandas por maior participação e melhorias na cidade. Além disso, Franch aproveitou a situação para compartilhar com o público os principais feitos de sua gestão como cabeça do principal espaço para a arte e a arquitetura em Nova Iorque.
Uma galeria de 90 m2 que busca dissolver os limites entre interior e exterior, entre arquitetura e política, entre caminhante e artista, entre arquiteto e poeta. Onde as etiquetas que a sociedade nos da, tentam ser apagadas para que se possa produzir novas formas.
Franco é categoria ao afirmar que os arquitetos viveram fechados em um espaço disciplinar que, consequentemente, os disciplinou de tal forma que eles passaram a ser irrelevantes para a sociedade. Como mudar esta percepção? Franch propõe três tipos de arquitetos que deveriam conjugar suas habilidades em um espaço dialético para recuperar a voz no debate público:
1. Arquiteto Facilitador:
Indivíduos que realmente escutam e que tentam produzir coletividades. Neste espaço de facilitar, as vezes só se perpetuam as condições existentes e os problemas, inclusive quando há as melhores intenções por trás.
2. Arquiteto Iconógrafo:
Tenta produzir novas estéticas. Novas formas de ver o mundo e representa-lo, mas produzindo, no final das contas, formas extremamente banais.
3. Arquiteto Agitador:
É contra todos e sempre está a procura de algo problemático, mas é incapaz de produzir uma solução de qualquer tipo por si só. É similar ao etnógrafo, que de ponto de vista distante é capaz de mostrar evidências, mas não produzir novas situações.
Com isso, Storefront for Art and Architecture se apresenta como uma plataforma propícia para as discussões e ações provenientes de arquitetos facilitadores que, por sua vez, produzam novas estéticas e denunciam estes espaços problemáticos do presente. Veremos como os novos curadores deste espaço conseguirão perpetuar esta visão e liderar, assim, projetos capazes de dar maior poder à arquitetura.