Assim como os elementos arquitetônicos que compõe e conformam o espaço construído – piso, paredes e teto, os elementos vegetais também são capazes de conformar espaços livres em áreas de grande, média e pequena escala, de parques a jardins residenciais, atuando como estruturadores espaciais. Segundo Benedito Abbud, “O paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano. Enquanto a arquitetura, a pintura, a escultura e as demais artes plásticas usam e abusam apenas da visão, o paisagismo envolve também o olfato, a audição, o paladar e o tato, o que proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar as mais diversas e completas experiências perceptivas. Quanto mais um jardim consegue aguçar todos os sentidos, melhor cumpre seu papel”.
De maneira prática, trouxemos alguns posts para contribuir para os projetos de paisagismo. No primeiro post abordamos sobre planos, clareiras e disposição de árvores e no segundo sobre árvores, arbustos, grama e forrações nos espaços livres. Neste artigo abordaremos sobre arbustos, gramas, forrações e pisos
Arbustos
Muito utilizados na conformação dos jardins clássicos e palacianos junto à técnica de topiaria – responsável por podar plantas e arbustos de modo artístico ornamental, hoje, este elemento vegetal é utilizado de modo contemporâneo, unindo sensorialidade e segurança.
Arbustos podem ser associados a guarda-corpos, assim como já dito. Sendo assim, pela altura média e disposição dos galhos é frequentemente utilizado de modo a proteger determinadas áreas ou limites, como o perímetro de lagos e responsável por separar parques de rios, mas ainda, propiciando visadas ao mesmo, por exemplo.
Grama e forrações
Junto à composição das espécies vegetais torna-se essencial a variação de coberturas vegetais aos pisos. O primeiro ponto a ser colocado é quanto à diferença entre grama e forrações: gramas são camadas de vegetação constituídas por terra, raízes e gramíneas, conformando tapetes a serem aplicados sob o terreno que com o tempo, tende a se fortalecer como unidade. Pela baixa altura e tipo de folha, permite receber cargas sem deteriorar rapidamente, resultando então em uma área pisoteável. Já as forrações, são espécies vegetais de baixa estatura que apresentam uma variação de cores, texturas, folhagens, ramificações, medidas e espessuras, não permitindo ser pisada, estabelecendo áreas não pisoteáveis.
Vale destacar que tanto a grama quanto as forrações apresentam uma gama de tons de verdes e cores, capazes de criar diversas experiências com o usuário.
Pisos
Ao flanar pelos espaços conformados é importante compreender que o pedestre nunca obtém a percepção integral do desenho espacial. Leigos podem ter leves compreensões da conformação do espaço, mas, torna-se imprescindível que inconscientemente experiencie-o e parte deste pode ser assegurado junto ao desenho dos pisos. Já foi dito ao longo deste artigo que em linhas gerais há dois modelos de áreas caminháveis – principal e secundário, contanto, apenas junto à disposição das árvores, arbustos e gramas não são suficientes, é necessário à utilização de pisos secos garantindo a demarcação destes. No caso de pisos secos, pedras são os materiais mais utilizados (portuguesa, mineira, etc.), que por sua vez, podem ser substituídas por pisos drenantes, normalmente composto por pedriscos, placas a base de cimento ou resinas (fulget ou placas de concreto). Estes tipos de pisos e pedras normalmente apresentam uma gama de cores, texturas e medidas, frequentemente utilizadas na área de passeio, permitindo conformar desenhos especiais ou mosaicos. Mas vale ressaltar que o desenvolvimento de desenhos deve ser conformado em pequena ou média escala para que o pedestre perceba o mesmo.
Leia os outros dois posts com o mesmo tema, abaixo:
Elementos chave de Paisagismo: planos, clareiras e disposição de árvores
Assim como os elementos arquitetônicos que compõe e conformam o espaço construído - piso, paredes e teto, os elementos vegetais também são capazes de conformar espaços livres em áreas de grande, média e pequena escala, de parques a jardins residenciais, atuando como estruturadores espaciais.
Elementos chave de Paisagismo: marcos visuais, eixos, escalas, visadas e sensorialidade
Assim como os elementos arquitetônicos que compõem e conformam o espaço construído - piso, paredes e teto, os elementos vegetais também são capazes de conformar os espaços livres em áreas de grande, média e pequena escala, de parques a jardins residenciais, atuando como estruturadores espaciais.
Se tiver alguma sugestão, comente!
Referências Bibliográficas
ABBUD, Benedito. Criando Paisagens – guia de Trabalho em Arquitetura paisagística. São Paulo: Editora Senac, 2006.