Em The Desert Island, Cottesloe Beach, Austrália, uma parede de espelhos de 72 metros divide uma parte da areia, criando uma enseada própria. A parede está voltada para o Oceano Índico e o reflexo curvado da areia, que se funde com as águas azuis e o horizonte, cria uma ilusão de espaço fechado; uma ilha deserta flutuando em um mar sem fim.
Concebida pelo estúdio de arquitetura dinamarquês Gjøde & Partnere Arkitekter, a instalação ganhou vida na Austrália durante a exposição anual Sculpture By The Seano mês passado. É a maior exposição de escultura pública gratuita do mundo, e qualquer um pode enviar suas ideias. Enquanto os banhistas se deparavam com esse panorama da praia sobre a areia, eles dançavam, tiravam fotos e assistiam ao pôr do sol a partir dos reflexos oscilantes da ilha mítica.
É uma instalação sublime, onde isolamento e união se espelham. Johan Gjøde, diretor criativo e fundador da Gjøde & Partnere Arkitekter descreve a instalação como um enquadramento da paisagem e uma estrutura para interação social:
O movimento e a interação das pessoas em The Desert Island é parte da experiência do trabalho. Crianças brincando na praia, casais andando na areia, amigos relaxando juntos - todas as formas e cores tornam-se parte da instalação. De frente para o oeste, a instalação também captura e enfatiza o pôr do sol espetacular pelo qual a região é conhecida, adicionando assim uma nova dimensão espacial para este evento cênico.
Usando uma simples geometria e reflexão como efeito visual, o escritório criou um espaço convidativo para as pessoas interagirem entre si e com o cenário. Não só a parede curva cria a ilusão de uma ilha isolada e desencadeia a imaginação, mas as pessoas que entram também experimentam a beleza simples da paisagem em constante mutação. Elas se tornam parte da reflexão do ambiente cênico e da própria instalação.
E no pôr do sol, parece que dezenas de esplêndidos sóis se põem atrás da ilha de areia.
A parede curva que distingue este espaço é um semicírculo de 63,4 metros de largura e cobre uma área de 880 m². Embora funcione de maneira mítica, sua construção é mais simples e prática. Ela foi criado por espelhos de vidro colados em placas de madeira de tamanho padrão apoiados por molduras triangulares. As armações de madeira são, então, anexadas a uma chapa de aço, que é coberta por meio metro de areia. O peso desta areia sobre as chapas de aço é o que fixa toda a instalação no solo para que a parede semicircular possa suportar a enorme pressão do vento da costa.
Esta instalação é a maior já feita pelo estúdio Gjøde & Partnere Arkitekter. Outro projeto proeminente da empresa é a A Ponte Infinita, exibido pela primeira vez na Sculpture by the Sea em 2015, em Aarhus, na Dinamarca, e mais tarde reconstruído como uma instalação permanente no mesmo local.
O vídeo abaixo mostra imagens desta instalação, bem como outras estruturas impressionantes e provocantes que compõem o Sculpture by the Sea 2018.