Após obter o Leão de Ouro na última Bienal de Veneza com a proposta Unfinished dos arquitetos Carlos Quintáns e Iñaqui Carnicero - que mostrava a arquitetura reinventada após a crise da construção no país - o Pavilhão da Espanha aborda, nesta edição, o futuro da arquitetura a partir do ponto de vista dos pesquisadores.
Assim nasceu becoming, a exposição com curadoria da arquiteta espanhola Atxu Amann, que abre as portas para mostrar ações, discursos e produções dos estudantes de arquitetura que foram desenvolvidas entre 2012 e 2017. Segundo os curadores, "becoming faz alusão a um vetor futuro, com uma origem comum de formação na Escola, que se estende a outros espaços e tempos de aprendizado em diálogo com outras disciplinas".
Partindo de uma série de 55 adjetivos que qualificam a arquitetura proposta no concurso aberto, becoming contempla um conjunto heterogêneo de propostas e reflexões acerca da arquitetura e reivindica os ambientes de aprendizado como espaço de crítica e criação arquitetônica.
"Entre a eclética seleção do pavilhão será possível encontrar propostas que revisam o passado de forma crítica, outras que redefinem espaços cotidianos do presente, também aquelas que imaginam um futuro fundamentado na sustentabilidade, o bem-estar e a justiça social, assim como fórmulas que misturam o mundo real com o virtual. Será a primeira vez que o Pavilhão mostrará, por exemplo, teses de doutorado sobre arquitetura", explicam.
Por sua vez, a equipe por trás de becoming realizou convocatórias específicas no âmbito da Bienal: a primeira delas foi convidar estudantes de arquitetura na Espanha a apresentar um projeto de transformação do espaço externo perimetral do Pavilhão da Espanha em Veneza. A intervenção vencedora poderá ser vista durante a Bienal e tem como objetivo permanecer no pavilhão uma vez que esta termine.
Dentro desta primeira convocatória específica, foram aceitas também as propostas de um segundo grupo de estudantes para reocupar o espaço posterior do pavilhão, que tradicionalmente era utilizado para armazenamento, e que agora se transforma na porta de saída da exposição. Trata-se de uma instalação cortinas que refletem os conceitos que inspiraram a mostra.
Da mesma forma, foi realizada outra convocatória junto aos pavilhões da Bélgica e Holanda, através do concurso chamado Out of the Box Celebration. A demanda era por uma proposta que ocupasse o espaço entre estes três pavilhões. A vencedora, selecionada entre mais de 100 ideias apresentadas, é a instalação Europa, que parte de alguns estudantes belgas, e que propõe a subtração das divisões entre países e pavilhões.
A exposição na Bienal de Veneza permanecerá aberta de 26 de Maio até 25 de Novembro de 2018.
Curadoria: Atxu Amann Alcocer
Curadores assistentes: María Mallo, Gonzalo Pardo, Andrés Cánovas, Nicolás Maruri