Neri Oxman e MIT desenvolveram biocompósitos programáveis à base de água para projeto e fabricação digital. Chamado de Aguahoja, o projeto exibiu um pavilhão e uma série de artefatos construídos a partir de componentes moleculares encontrados em galhos de árvores, exoesqueletos de insetos e nossos próprios ossos. Utiliza ecossistemas naturais como inspiração para um processo de produção de material que não produz desperdício. “Derivado de matéria orgânica, impresso por um robô e moldado pela água, este trabalho aponta para um futuro em que o natural e o feito pelo homem se unem”.
Usando uma abordagem projetual que facilita a integração entre a criação de material e a fabricação robótica, o projeto permite a criação de objetos em várias escalas. Examina a importância da água nos sistemas da Natureza, os ciclos de nascimento, adaptação e decadência, permitindo que os ecossistemas reutilizem materiais repetidas vezes. Ao usar florestas antigas e recifes de coral como inspiração, onde o desperdício é praticamente inexistente, a equipe de projeto comparou isso com as taxas de produção de resíduos de nossas indústrias de construção, onde os objetos têm prazo de validade e materiais são extraídos da terra mais rapidamente do que pode ser reabastecido.
Os biocompósitos usados por Aguahoja são compostos dos materiais mais amplamente encontrados em nosso planeta - celulose, quitosana e pectina. Estes são então fabricados digitalmente para criar materiais com propriedades específicas que podem mudar em resposta ao calor e umidade. Na morte, esses materiais se dissociam na água, eliminando a produção de resíduos e alimentando uma nova vida.
Da equipe de projeto: O Pavilhão Aguahoja - A pesquisa continuada sobre a aplicação de biocompósitos ambientalmente responsivos levou à primeira iteração de escala arquitetônica da série de Aguahoja. Com cinco metros de altura, a pele da estrutura é composta por um biocompósito flexível com propriedades mecânicas, químicas e ópticas classificadas funcionalmente. A deposição robótica de celulose e quitosana permite a criação de um padrão de superfície geradora que altera a rigidez e a cor dos painéis em resposta a parâmetros ambientais, como calor e umidade. Quando exposta à chuva, essa pele biocomposta se degrada programaticamente, restaurando seus componentes constitutivos ao seu ecossistema natural; continuando o ciclo natural que permitiu sua síntese. Mesmo pequenas alterações na composição molecular dos biocompósitos podem ter um impacto dramático em sua aparência e comportamento.
Os Artefatos de Aguahoja representam anos de exploração em parametrização de materiais para desenvolver uma biblioteca de biocompósitos funcionais. As peças desta coleção são diversas em sua aparência, mas são todas compostas dos mesmos componentes; quitosana, celulose, pectina e água.
Os Artefatos de Aguahoja - O conjunto de formas e comportamentos exibidos por essas peças reflete a maneira pela qual são expressos na natureza, onde um material como a quitina pode compor tanto o exoesqueleto de crustáceos como as paredes celulares dos fungos. Ao contrário do aço e do concreto, os compósitos formados por esses materiais estão em constante diálogo com o meio ambiente. Alguns artefatos exibem mudanças dramáticas na conformação em resposta à umidade e ao calor, enquanto outros escurecem ou clareiam à medida que as estações mudam. Alguns são frágeis e transparentes com uma textura vítrea, enquanto outros permanecem flexíveis e resistentes como o couro. Apesar de sua diversidade emergente, esses artefatos compartilham uma qualidade comum - na vida, suas propriedades são mediadas pela umidade; na morte eles se dissociam na água e retornam ao ecossistema.
Equipe de projeto: Jorge Duro-Royo, Laia Mogas-Soldevilla, Daniel Lizardo, Joshua Van Zak, Yen-Ju (Tim) Tai, Andrea Ling, Christoph Bader, Nic Hogan, Barrak Darweesh, Sunanda Sharma, James Weaver, e Neri Oxman
Pesquisadores de graduação: Matthew Bradford, Loewen Cavill, Emily Ryeom, Aury Hay, Yi Gong, Brian Huang e Joseph Faraguna
Agradecimentos especiais: The MIT Media Lab, The TBA-21 Academy (Thyssen-Bornemisza Art Contemporary), GETTYLAB, and the Robert Woods Johnson Foundation e the Autodesk BUILD Space
Colaboradores: Zijay Tang, Prof. Tim Lu and the Lu Lab based at the Research Laboratory of Electronics at MIT e Shaymus Hudson
Notícia via: MIT Media Lab.