Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramón Vilalta, vencedores do Prêmio Pritzker 2017, estão presentes na Bienal de Veneza 2018 com o projeto "Dream and Nature" [Sonho e Natureza], representante da Catalunha, com co-curadoria da jornalista Pati Núñez e do arquiteto Estel Ortega.
Como parte dos eventos paralelos da Bienal, a instalação apresenta as pesquisas, ideias e sonhos por trás de seu projeto de reconversão de La Vila, no Vall de Bianya (Girona):
O objetivo é que quem visita o espaço sinta um imenso desejo de conhecer La Vila, além de perceber a força da natureza, uma força que pode transformá-lo. Gostaríamos de tornar El Sueño uma experiência muito sensorial.
Descrição pela equipe. Natureza e história é o lugar físico escolhido para desenvolver um espaço de pensamento e experimentação que busca rever a relação do ser humano com o mundo. Este espaço físico está localizado na fazenda de La Vila, no Vall de Bianya, cercado por floresta, água, plantações... Neste ambiente, a pesquisa não é entendida como um fenômeno isolado, mas como uma relação de contato direto com o que é explorado. É um projeto criativo, experimental, em contínua evolução.
O sonho de La Vila é o de uma arquitetura livre, nua, autêntica, de emoção e essência. A paisagem de Olot como laboratório experimental de arquitetura. Vila implica descobrir uma nova realidade que, na forma de uma nebulosa, é apresentada com um ritmo lento, no qual as ideias se encaixam, mas também paisagens, imagens, desenhos e palavras. Representa a busca de uma arquitetura que permite construir um mundo totalmente genuíno de relações e sinergias sem precedentes, com a emoção de ser descoberto.
Acessando um lugar quase secreto, desconcertante, e antes de alcançar o sonho, devemos superar uma primeira fase: o limiar. Este busca transmitir a sensação de entrar pouco a pouco num espaço desmaterializado em que o visitante não sabe onde está, como se caísse num sono leve. É um momento intermediário, muito dinâmico, onde o conteúdo se refere ao trabalho anterior do RCR Arquitectes e constitui uma apresentação e uma síntese de sua carreira.
Então vem o Sonho: representa o estágio mais profundo do sono. Uma caverna de luzes e movimento, com uma concepção espacial fragmentada e quase misteriosa, onde o material é apresentado exclusivamente a partir do projeto La Vila. A Vila como fim e como meio, como obra inacabada de construção e vida. E essa mesma interpretação do mundo íntimo do RCR, sua força e sua sensualidade, é levada ao extremo para que o visitante se mova à vontade pelo espaço e tenha a possibilidade de construir sua própria experiência. Como nos sonhos.
Toda essa concepção filosófica profunda é definida como Geografia dos Sonhos, e é representada através de lupas que distorcem a realidade, que refletem o mundo e ao mesmo tempo o fragmentam, que o aproximam e o afastam, num jogo que confunde, surpreende, envolve e, no final, faz o visitante refletir. Essa é a intenção do RCR: transferir para Veneza a experiência de La Vila, uma utopia da construção.