Havana é muitas vezes referida como uma máquina do tempo que transporta os visitantes a um momento particular da história, aparentemente congelado no tempo. Embora seja uma cidade que possui uma linha do tempo exaustiva de estilos importados, Havana nos dias atuais não é definida por uma era histórica singular - seja em seu clima político ou em seu zeitgeist arquitetônico.
Ao longo das décadas, a Revolução Cubana teve poderosas repercussões nacionais e internacionais. Em particular, transformou o relacionamento de Cuba com os Estados Unidos. Mas os esforços para melhorar as relações diplomáticas ganharam força nos últimos anos, com a suspensão do embargo que exacerbou a situação de Davi e Golias e deixou um impacto econômico duradouro sobre o povo cubano. O skyline de Havana praticamente não mudou desde a queda da União Soviética, e a cidade ficou isolada do resto do mundo, tendo de depender fortemente de seus próprios recursos. Hoje, o governo de Havana ocupa a lacuna entre a última posição do comunismo pós-Guerra Fria e a iminente influência do capitalismo, uma situação que se revela na variedade de distintos estilos arquitetônicos. Esses sete locais na capital da nação explicam melhor a história sobre onde Havana esteve e oferecem uma previsão de para onde ela deve seguir.
Escola Nacional de Artes
A Escola Nacional de Arte Cubana, imaginadas por Fidel Castro e Che Guevara, e projetadas por Rocco Porro, são talvez as mais destacadas realizações arquitetônicas da Revolução Cubana. O edifício de artes visuais, indiscutivelmente o mais provocativo, era também uma metáfora do passado, presente e futuro de Cuba. Conforme você caminha pelos corredores curvos, é impossível ver o que está além. A perda da noção do tempo e direção tornou-se uma metáfora para este novo capítulo na história cubana. Esse edifício incorporou tanto a excitação quanto a apreensão dentro dessa nova revolução com suas estruturas incomuns. Essa escola foi um verdadeiro produto da revolução por outro lado - as estruturas de tijolos foram influenciadas pelo embargo dos EUA, que fez com que Cuba experimentasse uma escassez de aço. Infelizmente, o sonho de Castro foi rapidamente abandonado e as escolas perderam o financiamento. Continuam em ruínas até hoje.
Embaixada da Rússia
Conhecida pelos habitantes locais como "La Espada de Rusia", que significa "a espada russa", a embaixada da era soviética é uma lembrança do relacionamento de Cuba com a antiga URSS. Embora a torre construtivista e o complexo vizinho pertençam agora a diplomatas russos e representem uma mudança política progressista, “The Russian Sword” ainda domina fortemente o horizonte da cidade.
Cemitério Cristóvão Colombo
Fundado em 1876, o Cemitério de Cristóvão Colombo foi projetado em torno de uma catedral central, inspirada na Catedral de Florença. O cemitério é organizado por uma rede de avenidas centrais e ruas secundárias menores, que organiza o espaço de acordo com o nível hierárquico e social. Os túmulos mais ricos e notáveis ocupam ruas proeminentes, e a classe baixa é enterrada nos arredores. Andar pelo Cemitério de Colombo é como caminhar por capítulos da história cubana, com mais de 500 mausoléus e cofres familiares construídos em estilos que vão do renascimento ao neoclássico e até art deco. Mais de 800.000 pessoas estão enterradas lá, e como e para economizar espaço, após três anos, corpos são exumados e colocados em um depósito para abrir espaço para mais enterros.
Havana Antiga
A velha Havana, o lugar onde Camila Cabello deixou metade do seu coração, está localizada no centro da cidade, onde momentos específicos da história da arquitetura e uma hesitação em relação ao progresso moderno são talvez os mais evidentes. Camadas dos diversos estilos importados tornam-a um museu e revelam edifícios art nouveau, art déco, neoclássico, barroco espanhol e mourisco que se alinham nas ruas estreitas e se abrem em praças públicas bastante utilizadas. Esta área é talvez a representação mais pitoresca e bem conhecida da arquitetura e cultura cubana.
Coppelia
Coppelia é outra marca que Castro deixou em Cuba, representando seu interesse pelo estilo modernista e seu amor pelo sorvete. Construído no local de um antigo hospital, o edifício em si é uma das maiores sorveterias do mundo e possui cinco discos de granito branco maciço, anexados a uma grande escadaria helicoidal. O espaço está contido sob um grande telhado com vidro colorido e painéis de madeira para dividir as áreas de estar. Este salão estatal parece uma nave espacial que colidiu com uma floresta de palmeiras e atende 35.000 clientes por dia.
Hotel Habana Libre
O Hilton Hotel, inaugurado em 1958, já foi um símbolo do capitalismo. Era um lugar onde os americanos podiam escapar para uma terra estrangeira, enquanto ainda recebiam o luxo de um x-burger ou uma suíte com ar condicionado. Representou uma mudança nas alianças de Cuba e um lugar onde os investidores internacionais eram convidados de braços abertos. No entanto, depois de estar aberto por apenas seis meses, Castro fechou este símbolo de influência americana, converteu-o em sua sede provisória e convidou outros líderes latino-americanos para ocupar postos. Seu escritório foi criado no quarto 2324 e foi onde ele filmou conferências de imprensa e anúncios. Agora, o hotel foi devolvido ao seu uso original e atualmente é chamado de Habana Libre.
Praça da Revolução
A Praça da Revolução é o centro cívico da cidade que agora mantem-se como um grande estacionamento, é outro lembrete da Revolução Cubana. O local possui pontos de referência, incluindo o famoso Memorial José Marti, um lugar onde Castro esteve e se dirigiu ao seu povo. A borda do terreno é ocupada por outros edifícios da era soviética que foram transformados em monumentos por meio de obras de arte soldadas representando Che Guevara e o confidente de Castro, Camilo Cienfuegos.