A obra de Robert Venturi - e o movimento pós-modernista que se desenvolveu paralelamente a sua carreira - foram momentos que frequentemente causam discórdia dentro da história da arquitetura. Para os modernistas mais ferrenhos, sua apropriação de estilos históricos era uma afronta à arquitetura da contemporaneidade. Para os mais tradicionalistas, o classicismo transformado em cafonice foi um insulto imperdoável à elegância do passado.
Mas, conforme nos aproximamos com mais cuidado do tema, o pós-modernismo não pode ser visto apenas como algo contraditório, mas deve ser visto à partir da luz da diversidade. Combinando aquilo que havia de melhor no modernismo e no classicismo, tornou-se pragmático e funcional ao mesmo tempo, exuberante e reflexivo em relação ao passado. Venturi tinha plena consciência sobre o papel que a arquitetura desempenha na vida das pessoas, mas, em vez de intelectualizá-la através da abstração, encorajou todos a encarar a realidade com mais honestidade. É isso que você ama? É isso que você odeia? Assuma! O minimalismo não é necessariamente algo bom; geralmente não tem graça nenhuma.
Nesta semana, rememoramos esta figura ímpar na história da arquitetura, aquele que não pretendia se promover mais que a sua própria obra, que encarava a arquitetura não apenas como um profissional da disciplina, mas como um ser humano como todos os outros.
Dando adeus
Robert Venturi, famoso pós-modernista e ícone da arquitetura americana, faleceu na terça-feira aos 93 anos. Entre os muitos prêmios que Venturi recebeu ao longo de sua carreira estavam o Prêmio Pritzker de 1991, o prêmio do American Institute of Architects e a honra concebida pelo Royal Institute of British Architects (RIBA). Venturi abriu seu escritório em 1964 em parceria com sua sócia e esposa Denise Scott Brown, entre 1967 a 2012. Seu legado permanece vivo e a empresa continua operando sob o nome VSBA (Venturi Scott Brown Associates).
Venturi, Scott Brown + Vegas
Embora Las Vegas possa ser extravagante demais para a maioria das pessoas, com sua decoração excessiva e sua arquitetura “pseudo-históricista”, alguns arquitetos, mas principalmente Robert Venturi e Denise Scott Brown, tornaram-se profundos admiradores de sua arquitetura de “elementos simbólicos e ornamentais”.
Amor em Las Vegas
A parceria de Robert Venturi e Denise Scott Brown é conhecida desde sempre. Mas como e onde esta história começou exatamente? Não poderia ser diferente, é claro que tudo começa em meio ao deserto infinito de Nevada, em Las Vegas. A história "99% Invisible" conta como eles se conheceram, como se apaixonaram e como suas ideias foram responsáveis por criar um movimento que continua vivo ainda hoje.
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