É com imensa satisfação que o coletivo Arquitetas Invisíveis convida pesquisadores, profissionais, estudantes e artistas interessadas/os nas reflexões que relacionam a arquitetura em suas diversas escalas com a questão de gênero, nos variados campos disciplinares, para participar da chamada de trabalhos que irá compor a edição nº 3 da Revista Arquitetas Invisíveis.
O coletivo Arquitetas Invisíveis, grupo responsável pela edição da revista, também irá alimentar sua plataforma – www.arquitetasinvisiveis.com – com trabalhos participantes dessa chamada que julgar adequados. A revista e o site nascem da vontade de compartilhar conhecimento e reflexões, além de contribuir para o avanço das discussões de gênero no campo da arquitetura e áreas relacionadas. É uma forma de abrir oportunidade para divulgação de trabalhos de pessoas que abordam o tema de gênero na arquitetura, sendo aberto também às trocas disciplinares, acolhendo contribuições de campos diversos, dentro os quais a História, a Geografia, a Sociologia, a Antropologia, as Artes, a Psicologia, o Jornalismo, entre outros, inclusive a produção desvinculada da academia.
A cada ano uma nova edição da Revista Arquitetas Invisíveis oferecerá oportunidades importantes para trocas entre pesquisadores do Brasil e também do exterior. O estreitamento dessas relações colabora para o intercâmbio entre diferentes grupos e regiões, o fomento de pesquisas conjuntas e publicações coletivas, consolidando o papel da mulher na história da arquitetura e do urbanismo e os núcleos de estudo nessa área.
1. TEMA GERAL
A partir dos estudos desenvolvidos pelo coletivo Arquitetas Invisíveis, definiu-se oito temáticas gerais, sendo que cada uma terá destaque a cada lançamento de revista: as pioneiras, nas sombras, arquitetura, urbanismo, paisagismo, sustentabilidade, trabalho social/projetos participativos e a última edição (sem nome definido), que trará um fechamento das edições anteriores e a abertura de um novo ciclo de temas e discussões, apontando para um avanço das reflexões. A terceira edição da Revista tem como tema central uma questão que julgamos extremamente relevante para o momento político e cultural do país, por isso a temática pré-definida nos editais anteriores será aqui ressignificada, transformando o que antes era “Trabalho Social” em “Trabalhos Feministas”. Assim, a Revista dará destaque para trabalhos que debatem a atuação feminista de mulheres, passando desde a apropriação de espaços por e para mulheres, a importância de coletivos e outras formas de organização que empoderem mulheres e contestem normativas sociais, a dualidade de gênero e seus desdobramentos, a relação de gênero com espaços públicos e privados, atuações que busquem maior igualdade na sociedade, a importância da valorização do comum e a própria discussão sobre o que é feminismo em seus diversos contextos. O texto de inspiração segue abaixo:
Com vocação altruísta, algumas arquitetas se dedicaram a um trabalho com foco nas pessoas. Atentas às demandas sociais e preocupadas com a desigualdade, com empenho convergiram seus esforços para democratizar espaços (públicos, privados, virtuais, representativos), entendendo que essa é uma forma viável de diminuir e/ou resolver problemas sociais.
Jane Drew projetou escolas, habitações de interesse social e hospitais para Chandirgarh, na Índia, entendendo que a arquitetura deveria sempre ter como foco as necessidades da população, além da estética.
Atuando em outro sentido, mas com as preocupações de caráter social em mente, Julie Eizenberg soube enfatizar a importância de se ter construções econômicas, mas de excelente arquitetura, não importando o quão apertado fosse o orçamento, evidenciando a responsabilidade social que imbuía à profissão.
Já Mayumi Souza Lima deu especial atenção às necessidades das crianças, discutindo e analisando os espaços que a elas eram destinados e projetados. Além disso, quando professora, costumava levar seus alunos para conhecerem favelas, visando maior politização dos estudantes de arquitetura.
Zaida Muxí descreve que, de acordo com a divisão de papéis, as mulheres são responsáveis pelos cuidados da reprodução, o que a leva a ser uma especialista em habitar para si e para os outros. Seus estudos mostram que o processo de industrialização consolidou a invisibilidade da mulher, responsável pelo espaço da reprodução social, fundamental para que o “homem” trabalhe na fábrica e que seja construída toda a forma de exploração do fruto deste processo, que historicamente restringiu os movimentos da mulher junto à vida pública.
Silvia Federici defende que, sendo a casa o pilar sobre o qual se constrói a economia, então seriam as mulheres, tradicionalmente as trabalhadoras e as prisioneiras domésticas, que deveriam tomar a iniciativa de reivindicar o lar como centro da vida coletiva, de uma vida perpassada por diferentes pessoas e formas de cooperação, que proporcione segurança sem isolamento e sem obsessão, que permita o intercâmbio e a circulação de posses comunitárias e, sobretudo, que lance as bases para o desenvolvimento de novas formas coletivas de reprodução.
Por fim, Julia King, que está sendo responsável pela implementação de um sistema de esgotos em favelas na Índia, trazendo grande ganho na qualidade de vida dos moradores.
As sessões temáticas visam cingir diversas pesquisas e, ao mesmo tempo, delimitar possíveis âmbitos de interlocução entre elas, dando continuidade aos propósitos que fundamentaram a criação da Revista. Porém, a equipe editorial também irá selecionar trabalhos que não se encaixem na temática central, desde que estejam relacionados com a questão de gênero ou da produção feminina, ou que sejam considerados relevantes para o debate.
2. DOS MODELOS DOS TRABALHOS
A Revista será composta por artigos, resumos, opiniões, notícias, charges, desenhos, poesias, crônicas, cartas, entre outros. No caso de textos, o limite é de 2.500 palavras e o trabalho deve ser enviado em formato editável (word), devidamente revisado.
No caso de imagens o material deve ser digitalizado e enviado com a resolução mínima de 300 dpi e dimensão mínima de 10x10cm, em uma das seguintes extensões: pdf ou jpeg. Não serão aceitas imagens e fotos de terceiros sem os devidos direitos autorais.
Os trabalhos podem ser mesclados, ou seja, um mesmo trabalho pode conter texto e imagens. Incentivamos que trabalhos visuais (fotos, desenhos, ilustrações) sejam acompanhados de uma breve descrição ou memorial.
A equipe editorial da Revista irá selecionar os trabalhos a partir dos seguintes fatores: originalidade, criatividade, inovação, relevância, apresentação, estrutura lógica, qualidade técnica, redação e curiosidade. Caberá também à equipe editorial definir a quantidade de trabalhos, não havendo limites para as categorias propostas, e quais deles serão publicados somente na plataforma digital.
Os trabalhos serão aceitos em português, em inglês ou em espanhol, cabendo à equipe editorial a tradução para o idioma de publicação.
3. INSCRIÇÃO
As inscrições serão realizadas através do envio do formulário de inscrição disponível em nosso site –www.arquitetasinvisiveis.com- para o e-mail arquitetasinvisiveis@gmail.com
O e-mail deve conter no assunto a identificação do edital, seguido do título do trabalho, exemplo: “Edital 2018 – Título do trabalho”.
4. CALENDÁRIO
08/03/2018 Lançamento da chamada de trabalhos para a 3a Revista Arquitetas Invisíveis – Trabalhos Feministas
19/11/2018 Encerramento do prazo para recebimento dos trabalhos
15//12/2018 Divulgação dos trabalhos selecionados para compor a 3a Revista Arquitetas Invisíveis – Trabalhos Feministas e o site –www.arquitetasinvisiveis.com-
2019 Lançamento da 3a Revista Arquitetas Invisíveis – Trabalhos Feministas
*As datas informadas estão sujeitas a alterações que, caso ocorram, serão notificadas através das mídias digitais do Coletivo (site, facebook, instagram e email).
5. PROMOÇÃO
Coletivo Arquitetas Invisíveis