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Intitulada naugurada no próximo dia 15 de dezembro de 2019 na China. O projeto de curadoria definiu a exposição da Bienal em duas seções: “Eyes of the City” e “Ascending City”. O mote da Bienal propõe aos arquitetos participantes explorar novas relações entre o espaço urbano e as novas tecnologias. O arquiteto italiano e professor da Politécnica de Torino e do MIT, Carlo Ratti, é o curador-chefe do eixo “Eyes of the City” enquanto a seção “Ascending City” foi dirigida por dois co-curadores:o acadêmico chinês Meng Jianmin e pelo crítico de arte italiano Fabio Cavallucci.
O Archdaily, em parceria com a equipe de curadores da Bienal de Shenzhen, está publicando uma série de artigos de diferentes arquitetos, designers e eruditos que têm discutido as diferentes maneiras pelas quais as inovações tecnológicas - e a Inteligência Artificial em particular - tem transformado a arquitetura e a vida nas cidades. A convocatória para envio de trabalhos e propostas para a Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Shenzhen estará aberta até o próximo dia 31 de maio: www.eyesofthecity.net
O estudo das formas de ocupação do território assim como a análise dos fluxos das pessoas no espaço tem sido fundamentais para a melhor compreensão dos fenômenos urbanos ao longo do tempo. Em 1961 a jornalista e ativista americana Jane Jacobs, em seu célebre livro intitulado “A Morte e a Vida das Grandes Cidades Americanas”, cunhou uma famosa expressão que todos os arquitetos e urbanistas lembram de memória: os "olhos da rua". De acordo com Jacobs, a presença de pessoas no espaço urbano - sejam pessoas que vivem, trabalham ou simplesmente passam uma quantidade substancial de tempo na cidade - é um indicador de segurança. Sob este olhar coletivo e descentralizado, a co-presença de outras pessoas estabelece “uma sentimento de ordem e segurança no espaço público”.
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Mais de meio século depois, estamos presenciando o início de um novo capítulo na história da relação entre as pessoas e os espaços urbanos, predominantemente determinada pelo surgimento de novas tecnologias. O futuro que se aproxima é alarmante e revolucionário na mesma medida. Graças aos mais recentes avanços tecnológicos um cenário sem precedentes se desenha bem em frente aos nossos olhos: o espaço agora possui seus próprios “olhos”. Em qualquer rua, praça ou espaço construído existem, ou em breve existirão, olhos capazes de nos reconhecer e responder à nossa presença. Antigamente eram as pessoas que observavam umas às outras. Agora, não somos apenas observados pelos nossos semelhantes, mas também somos vigiados de perto por edifícios e ruas, os quais adquiriram a capacidade de enxergar e reagir à nossa presença. Passamos da era analógica definida pelos "olhos da rua" para adentrar em um novo universo digital estabelecido pelos "olhos da cidade".
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Trabalhando em seu livro, Jacobs utilizou os “olhos da rua” como uma mecanismo de analise das nossas cidades - desde a distinção entre o espaço público e privado, o anonimato urbano, os limites e fronteiras do espaço, a sensação de segurança e o sentimento de pertencimento. Os “olhos da cidade”, como uma ferramenta de análise dos espaços urbanos do futuro, nos compele a repensar todos esses conceitos, ao mesmo tempo em que abordam questões completamente novas - fatores como a ética, a privacidade, o direito de propriedade dos dados além de outras maneiras pelas quais a tecnologia pode ser reapropriada por indivíduos e comunidades.
Como serão as nossas cidades quando todos os espaços sejam capazes de “enxergar” as pessoas e como elas vivem? A seção “olhos da cidade” será o coração da Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Shenzhen e será instalada na recém-inaugurada estação de trens de alta velocidade de Futian, convidando os participantes a refletir sobre duas questões específicas: a relação entre o espaço e as pessoas e a relação entre o espaço e a prática da arquitetura segundo esta nova perspectiva definida pelo avanço das tecnologias que definem os "olhos da cidade" como o uso da inteligência artificial e do reconhecimento facial. Alguma idéia? Lembre-se que a chamada aberta de trabalhos para a Bienal de Shenzhen estará aberta até o próximo dia 31 de maio: www.eyesofthecity.net
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“Eyes of the City” oferecerá uma plataforma biométrica para interação com visitantes, que estará aberta para designers e pesquisadores usarem em seus projetos.
Os curadores da Bienal convidam a todos os arquitetos e urbanistas a refletir e explorar novas ideias e projetos - imaginativos, irônicos, práticos e/ou visionários - que possam colaborar com a discussão sobre como queremos projetar as nossas cidades do futuro ou como será a vida sob a vigilância permanente de uma cidade que nos enxerga.
Mais informações sobre a convocatória aberta para a Bienal de Shenzhen aqui:
"Urban Interactions": Bi-City Biennale of Urbanism\Architecture (Shenzhen) - 8ª edição - 15 de dezembro de 2019, Shenzhen, China.
http://szhkbiennale.org/
"Eyes of The City"
Curador chefe: Carlo Ratti
Curador acadêmico: South China-Torino Lab (Politecnico di Torino - Michele Bonino; South China University of Technology - Sun Yimin)
Curadores executivos: Daniele Belleri [CRA], Edoardo Bruno, Xu Haohao
Curador da GBA Academy: Politecnico di Milano (Adalberto Del Bo)
"Ascending City"
Curadores chefe: Meng Jianmin, Fabio Cavallucci
Co-Curador: Science and Human Imagination Center of Southern University of Science and Technology (Wu Yan)
Curadores executivos: Chen Qiufan, Manuela Lietti, Wang Kuan, Zhang Li