O brutalismo é uma corrente da arquitetura que se desenvolveu em diferentes partes do mundo, sempre levando em consideração algumas particularidades locais, embora compartilhando de alguns preceitos comuns como, por exemplo, o uso de materiais sem revestimento e o transparecimento do trabalho necessário para erguer as obras. O debate acerca do brutalismo é ainda intenso em diversas regiões, reunindo argumentos a favor e contra sua preservação.
Enquanto muitos enxergam a arquitetura brutalista como "feia” ou “incompleta”, Arhan Vohra, um estudante de apenas 17 anos, lançou o Brutal Delhi, uma plataforma que reúne suas fotografias de edifícios brutalistas de Nova Delhi, Índia.
De acordo com Vohra, o brutalismo é uma recordação do renascimento da arquitetura indiana como uma arte contemporânea, democrática e funcional após sua independência do império britânico. Por essa razão, lançou o site para rastrear o significado histórico da arquitetura brutalista esquecida da Índia e ajudar as pessoas a descobrir um tipo de arquitetura histórica que muitos nunca reconheceram.
O aspirante a arquiteto, que atualmente é aluno do ensino médio na Escola Shri Ram, em Moulsari, Índia, encontrou inspiração após visitar Londres. Tendo passado um dia inteiro no Barbican Estate fazendo fotos de suas monumentais torres, começou a ler livros e periódicos sobre a história do movimento brutalista e sua importância na arquitetura ao longo dos anos. Assim que retornou à Índia, buscou reconhecer a presença deste estilo arquitetônico modernista em sua própria cidade, ofuscado pela glorificação da arquitetura mogol e colonial.
Brutal Delhi assume uma posição no debate sobre a conservação e demolição, um desentendimento que vem ocorrendo há algum tempo na comunidade de arquitetura de Nova Delhi, especialmente após a demolição do Pragati Maidan Hall of Nations. O debate levantou a questão sobre a validade de se preservar a arquitetura brutalista. Com sua plataforma, Vohra pretende mostrar ao mundo a beleza da arquitetura brutalista indiana e a importância de preservá-la.
