Inovação e tecnologia geralmente são apresentadas como dois conceitos semelhantes, quando não utilizadas como sinônimos. Entretanto, quando se trata de resolver os atuais problemas de nossas cidades, tecnologia nem sempre é a melhor solução.
A inovação, por outro lado, deve ser uma atuação responsiva, a qual considera todas as funções e processos de uma cidade, incluindo suas carências e potencialidades. Tecnologia pode sim ajudar, mas isso não significa que devemos confiar cegamente em tudo aquilo que surge com a promessa de resolver todos os nossos problemas.
As tecnologias podem certamente ser a melhor maneira para coletar e analisar dados, mas somos nós que devemos decidir quais dados são importantes e quais não. Isso significa que, para encontrar as respostas para os nossos problemas, devemos primeiramente fazer as perguntas certas. Para determinar as questões que são realmente importantes, seres humanos são muito mais confiáveis que qualquer programa ou ferramenta, isso porque possuem uma visão prática da cidade onde vivem. Seres humanos enxergam camadas que são, até certo ponto, invisíveis à tecnologia. Acreditar cegamente nas respostas baseadas puramente em dados, pode ser muitas vezes um tiro no próprio pé. Promessas as quais não podem ser cumpridas, soluções ainda fora de nossa alçada, ou que apenas não cabem em nosso orçamento.
A pesquisa é uma ferramenta vital no processo de compreensão e avaliação dos fenômenos urbanos. Muitas dos dados brutos coletados nem sempre são confiáveis sem passar pela triagem do olho humano. Pesquisadores urbanos não são como moedores de carne que rapidamente transformam dados subjetivos em respostas objetivas. A análise dos fenômenos urbanos não é algo que se pode faz do dia para a noite, nem tampouco em uma só gestão política. O estudo das cidades deve ser uma política de estado, um programa à longo prazo. Quando tivermos tempo suficiente para aprender a fazer as perguntas certas, finalmente a tecnologia poderá nos fornecer o caminho mais adequado para responder os nossos problemas.
Leia o artigo completo na Metropolis Magazine.