O cast da quinzena traz um papo leve sobre um assunto de total interesse do arquiteto. Inspirados na matéria publicada no Archdaily, “11 maneiras de se tornar um arquiteto melhor (sem fazer arquitetura)”, convidamos a jornalista Ana Paula Capellano para divagarmos sobre formas não convencionais de adquirirmos habilidades gerais que podem ser aplicadas ao universo da arquitetura e urbanismo. Discorremos sobre os 11 tópicos propostos pelo texto compartilhando nossas experiências pessoais e, naturalmente, algumas divertidas discordâncias.
Entre as sugestões no campo do audiovisual, a reportagem de Ariana Zilliacus sugere jogar videogame e assistir TEDTalks como formas de lazer que repercutem positivamente no aprimoramento do arquiteto. Os games fazem parte da vida cotidiana de toda uma geração de jovens e requerem habilidades monitoras e cognitivas no engajamento com o usuário. Seja na concepção de espaços irreais/imaginários, seja na exigência corporal que demanda reflexos rápidos e capacidade de tomada de decisão. Os talks também vem se tornando uma ferramenta de aprendizagem bem-vinda para o arquiteto. Também pelo conteúdo específico que venha a abordar, mas, mais ainda, pela capacidade de síntese que demanda do orador, que tem poucos minutos para introduzir, desenvolver e concluir sua temática, e precisa, ainda, cativar a plateia exigente que o assiste. Portanto carisma, síntese e retórica são qualidades apreendidas também por quem assiste.
Os tópicos 5 (Desmontar coisas), 6 (Pintar e Fotografar) e 11 (Tocar algum instrumento musical) poderiam ser reunidos aqui pelo fato de representarem possíveis hobbies que vão muito além de simplesmente ajudar a passar o tempo. São atividades que demandam concentração multifocada - para desempenhar mais de uma ação ao mesmo tempo – persistência e sensibilidade. 3 características fundamentais ao bom desempenho do arquiteto e urbanista.
Já os itens 7 (Oferecer jantares) e 8 (Viver na Natureza) abordam oportunidades de aprendizagem quase opostas, porém complementares, e ambas podem fazer parte do cotidiano das pessoas sem requerer grandes adaptações. Ou seja, podem ser colocadas em prática hoje mesmo! Os espaços de intimidade que as oportunidades que alguns encontros sociais oferecem servem tanto às habilidades de comunicação e engajamento, quanto às que envolvem domínio técnico da pequena escala, como iluminação adequada, composição da mesa e do cenário, entre outros investimentos que se possa fazer para receber com qualidade e diferencial. Viver na natureza, por sua vez, faz lembrar à consciência da importância da vida equilibrada, do bem-estar relativo ao contato com o meio ambiente natural e de sua eminente fragilidade.
“Viajar com pouco dinheiro” (9) e “Ser voluntário em projeto social” (10) trazem para o debate a importância de uma consciência social do papel do arquiteto e da necessidade de se estar próximo da realidade das pessoas para melhor compreender suas culturas e demandas. São formas de sair de nossa “bolha social” e exercitar a empatia para com o outro e seu contexto. Habilidade mais do que necessária à contemporaneidade.
E claro, o tópico (2) “Ler literatura de ficção” naturalmente faz referência ao hábito da leitura não especializada como forma de ampliar os horizontes culturais e criativos do arquiteto. Dentre essas formas, foram mencionadas a capacidade de entender os diferentes perfis psicológicos e culturais das pessoas, a partir da criação de personagens; a capacidade de recriar imageticamente cenários e lugares descritos verbalmente nas histórias; e a capacidade narrativa de engajamento com o leitor. Quer saber mais sobre nosso ponto de vista a respeitos desses temas? Corre lá no www.arquicast.com.br e clique para ouvir! Até a próxima!
Texto de Aline Cruz