Em mais um episódio da série Arquitetura e Cinema, o Arquicast traz o filme Paris, Eu te Amo para a pauta. Além dos podcasters de sempre, o cast conta com a participação da publicitária e jornalista Janaina Pereira, pós-graduada em Cinema e colaboradora em vários veículos sobre entretenimento. Janaína participou ainda do cast #58 sobre o filme Her. Outro convidado nada estreante no Arquicast é o diretor de fotografia e cinéfilo Kiko Barbosa, que sempre traz insights interessantes para nossas conversas.
Paris, eu te amo é o primeiro filme da franquia Cities of Love, idealizada e desenvolvida pelo produtor, roteirista e diretor francês Emmanuel Benbihy. Iniciada em 2006, a franquia busca abordar de forma sensível a relação entre pessoas e as cidades em que moram, tendo como pano de fundo histórias de amor. Entre os objetivos de Benbihy está o de ilustrar as diversas formas de amor no contexto das grandes metrópoles mundiais.
Além de Paris, eu te amo, somam-se à franquia os já consagrados Nova Iorque, eu te amo (2008) e Rio, eu te amo (2014), sendo todos eles em formato de “collective feature-films”, ou seja, são pequenos episódios de mesma duração que contam diferentes histórias numa mesma cidade. Cada episódio conta com um diretor específico que narra a cidade à sua maneira, oportunizando para nós, arquitetos e urbanistas, a valorosa experiência de ver tais cidades sob diferentes enfoques poéticos.
No filme sobre Paris foram 18 episódios e 22 diretores que exploraram diversos bairros e lugares icônicos da cidade, os quais dão o nome e o caráter de cada história. Montmartre, Tour Eiffel, Madeleine, Père-Lachaise, para citar alguns, são lugares revelados através das relações afetivas entre as personagens. Por mais que elenco e roteiro sejam alguns dos pontos altos do filme, a cidade de Paris se sobressai em suas múltiplas realidades. Seja através dos cartões-postais mundialmente reconhecidos, seja nas esquinas corriqueiras, porém tão características, dos bairros parisienses, a cidade pulsa nas lentes e ajuda a dar visibilidade ao cotidiano poetizado na tela.
Apesar da temática do amor ser o ponto de partida das histórias, tal amor é retratado em diferentes nuances e os diretores não se furtam à abordar assuntos polêmicos e atuais que acompanham a imagem de Paris na contemporaneidade. Questões como imigração, racismo, desigualdade social, são centrais à alguns episódios e a cidade que deles participa reflete as idiossincrasias da metrópole contemporânea no contexto europeu. Esses e outros aspectos fazem do filme um exercício de leitura urbana bastante enriquecedor e você pode acompanhar um pouco mais sobre essas reflexões ouvindo nosso cast por aqui . Até a próxima!
Texto de Aline Cruz.