A entrevista de Per Kirkeby: "construímos sobre ruínas", publicada no Louisiana Channel, não apenas apresenta as telas coloridas do pintor, escultor, cineasta e escritor dinamarquês, mas também, como o título sugere, reflete sobre a importância de observar o ambiente e o contexto. Pensamento que parece consolidado em seus pavilhões públicos de tijolo, onde algo simples e, às vezes, útil, deixa de lado conceitos inacessíveis para render homenagem ao lugar onde se inserem.
Per Kirkeb (1938-2018) nasceu em Copenhague, concluiu o mestrado em geologia do Ártico na Universidade de Copenhague em 1964 e depois estudou na Escola de Arte Experimental de Copenhague. Envolveu-se com o Fluxus - movimento artístico que se declarava contra o objeto artístico enquanto mercadoria.
Em 1973, inaugurou sua primeira escultura de tijolos em Ikast, Jutlandia, inspirada na arquitetura maia. A partir daquele momento, daria sequência a uma extensa produção de estruturas de tijolos que têm a particularidade de não terem nenhum objetivo e cuja forma deriva de seu olhar para a natureza ou a cultura do local.
Hoje, seu trabalho pode ser encontrado em diversas cidades da Europa. Esculturas geométricas, quadradas, com séries de arcos e janelas interconectados, que geralmente delimitam certos espaços de estar.
Nesse sentido, nada de monumentos conceituais e orçamentos exagerados, mas uma resposta simples e concreta à necessidade de demarcar um local, definir um ponto a partir de onde se pode observar e contemplar o espaço ao redor.