A equipe de estudantes brasileiros formada por Luiza de Souza Santos, Marcus Barbosa e Gabriel Thomé de Oliveira, da UFMG, foi premiada com menção honrosa no concurso internacional SkyCity Challange 2019, que tinha como objetivo "explorar modos sustentáveis de viver, trabalhar coletivamente e também se divertir". Conheça a proposta dos estudantes, a seguir.
Da equipe: Mais de 900 milhões de pessoas moram em favelas - de acordo com o relatório da ONU-HABITAT - feito em 2016. A partir do aumento do preço da terra nas grandes cidades, surge a necessidade de se construir, de maneira informal em áreas também informais. No Brasil, tais territórios são marcados por tipologias de lotes estreitos como um modo de se adequar às elevadas declividades que caracterizam os subúrbios periféricos, as vilas e as favelas.
É nesse contexto que partimos da proposta do concurso de elaborar uma habitação e um sistema construtivo utilizando o BCORE (lajes estruturadas por tubos de aço inoxidável desenvolvidas pela Broad Group) para ensaiar uma prática de arquitetura mais popular a partir de respostas já encontradas nos territórios informais.
A Worker’s House sugere o uso da pré-fabricação como ferramenta para a autoconstrução, a supressão de afastamentos laterais para melhor aproveitamento do terreno em um contexto adensado e a possibilidade de verticalização de uma tipologia estreita respondendo a demandas como o acréscimo de cômodos independentes ou integrados para abrigar um novo filho ou possibilitar um aluguel que contribua na renda domiciliar.
O pátio interno, o terraço e a permeabilidade da proposta estruturada a partir de peças que poderiam ser montadas sem o uso de maquinários pesados em uma lógica de encaixe, discute a possibilidade de uma arquitetura que priorize qualidades como a ventilação e a iluminação natural em territórios e condicionantes menos ideais do que a arquitetura residencial convencional, voltada para as classes mais altas, está acostumada.