São raras as ocasiões em que nos deparamos com um museu ao ar livre. Um destes momentos é o Museu de Belas Artes de Kioto, projetado por Tadao Ando em 1994 e conhecido como Jardim de Belas Artes. Reproduções de obras primas de mestres da pintura foram feitas em diferentes escalas e distintos materiais, posicionadas entre os pilares, vigas e muros de concreto aparente que constroem os espaços do museu, rampas e passarelas de vidro que se projetam por sobre os espelhos d'água e cascatas que marcam a transição entre o museu e o Jardim Botânico de Kioto.
Pancho Gallardo, fotógrafo de arquitetura chileno radicado em Madri, é um dos grandes admiradores da obra do arquiteto japonês, principalmente por causa, segundo ele mesmo nos conta, “o uso do concreto como elemento criador de espaços, texturas, ângulos e sombras que, acima de tudo, em espaços como este, criam uma relação direta com a luz do sol, oferecendo a cada momento novas perspectivas dramáticas e profundas.”
A seguir, visitaremos o Jardim de Belas Artes de Tadao Ando pelas lentes de Pancho Gallardo.
“Este museu abriga reproduções de algumas das mais importantes obras primas da humanidade, são reproduções executadas em azulejos e expostas sob a luz do sol para a contemplação dos visitantes. Aqui podemos encontrar obras de Van Gogh até Da Vinci, de Renoir à Seurat ou Monet. Nem sempre as reproduções mantém a mesma escala da obra original (algumas chegam a ser até quatro vezes maiores) mas o fato é que, neste jardim à céu aberto, as obras desfrutam de uma relação muito mais direta e próxima seja com os observadores quanto com o espaço físico que as acolhe. Além disso, estas mesmas obras, com suas próprias cores, “pintam” o espaço do museu, mudando a sensação de espaço de acordo com as condições de iluminação, assim como aconteceu durante a minha seção de fotos, fazendo deste dia, um dia muito especial.
A arquitetura é melhor compreendida através de imagens, então vamos ao que interessa.”