Ao projetar um espaço residencial, seja através de uma nova construção ou da reforma de um espaço existente, uma casa, um refúgio ou um apartamento, certamente o espaço da cozinha pode ser o mais complexo, uma vez que carece de uma série de mobiliários com funções específicas, eletrodomésticos, pontos de elétrica e hidráulica, e sobretudo, diferentes manobras e tarefas que serão realizadas e que devem ser consideradas.
No entanto, apesar dos diferentes conceitos que este espaço ganhou nos últimos anos, indo de uma cozinha fechada simples até uma cozinha aberta americana ou cozinha bar, determinadas medidas e detalhes não se alteram. Pensando nisso, elaboramos um guia simplificado em como projetar este ambiente presente em espaços residenciais de todo o mundo e que recorrentemente gera dúvidas em arquitetos e designers de interiores, mesmo com toda a sua experiência. Veja a seguir:
Layout
Como etapa primária no desenvolvimento projetual de cozinhas, a correta definição do layout e disposição de cada uma das bancadas e eletrodomésticos é fundamental. Como regra básica, indica-se a aplicação do sistema triângulo, onde pia, fogão e geladeira são dispostos em três paredes diferentes, como um triângulo. Este alinhamento permite evitar o contato direto entre áreas quentes e frias, ao passo em que organiza as áreas por processo: preparo (pia), armazenamento (geladeira) e cocção (fogão), onde as duas primeiras devem estar próximas. Como dica, vale dizer que as pessoas devem acessar a geladeira sem necessariamente passar pelo fogão, portanto, dispor pia e geladeira próximas é fundamental.
No entanto, em caso de cozinhas pequenas em espaços reduzidos, como apartamentos ou casas compactas, indica-se o sistema de cozinha linear, onde numa única parede é concentrado fogão, pia e geladeira, de modo que é sempre importante que os dois eletrodomésticos estejam em lados opostos, evitando a transmissão de calor.
Circulação
Neste ambeinte, a circulação é parte fundamental no processo, devendo ser pensada junto a definição do layout. Para isto, durante a realização do projeto, sempre pense em como será o dia-a-dia do usuário neste espaço e sobretudo, nas manobras realizadas em cada uma das áreas. Dito isto, sabemos que ergonomicamente precisamos de no mínimo 60 centímetros de largura para a circulação de uma pessoa, no entanto, não devemos se esquecer de que neste espaço, além das pessoas circulando ou trabalhando nas áreas de preparo, há a abertura de eletrodomésticos, como portas de geladeiras, freezers, fornos e máquinas lava-louças, além de portas de armários. Assim, é de extrema importância que durante o processo de projeto estas ações sejan levadas em consideração, pois em alguns casos, a circulação deverá sem ampliada.
Bancadas
No que se refere às bancadas, indica-se que a profundidade das bancadas de trabalho tenham cerca de 60 centímetros de profundidade e que a altura da pia seja entre 83 e 90 centímetros. Uma dica essencial para descobrir a altura ideal para sua bancada, é que esta tenha 5 centímetros abaixo da altura do cotovelo dobrado a 90 graus. A mesma dica vale para as bancadas de corte de alimentos, caso sua cozinha apresente ilha central.
É importante destacar a necessidade da implementação de rodapia de no mínimo 10 centímetros nas bancadas com áreas molhadas, evitando o contato direto da água com a parede.
Armário Superior
Para armários acima da bancada, indica-se que a base inferir tenha início a cerca de 1,40 metros, de modo que tenha cerca de 50 a 60 centímetros entre a área superior da bancada e área inferior da marcenaria elevada. Por outro lado, pensando nas manobras realizadas durante o preparo dos alimentos sobre a pia, e que as pessoas inclinam-se levemente sobre a mesma, é ideal que o armário superior esteja recuado a cerca de 30 centímetros da linha frontal da bancada.
Prateleiras
Sabemos que muitos sçao os objetos com tamanhos e funções diferentes concentrados nas cozinhas. Em relação às alturas para cada um destes, para panelas indica-se que tenham de 50 a 55 centímetros de profundidades e de 20 a 35 centímetros de altura; para louças e cristais que tenham de 30 a 35 centímetros de profundidade e de 15 a 25 centímetros de altura; já no caso de garrafas, espera-se que tenham de 40 a 45 centímetros de profundidade e cerca de 12 centímetros de altura entre elas.
Para uma pessoa com estatura média de 1,70 metros, a altura máxima para a prateleira mais alta é de 1,95 metros, pois caso mais alta, a pessoa deverá realizar um movimento sobre a ponta dos pés para alcançar os objetos. Mas, é claro que no caso de uma pessoa de estatura mais baixa, esta prateleira deverá estar abaixo disso.
Bancada para refeições
Como área destinada a alimentação, pode ter uma profundidade menor se comparada a bancada de preparo, uma vez que receberá os pratos e indica-se que tenha entre 30 e 45 centímetros de profundidade. Acerca da altura, deve-se considerar cerca de 30 centímetros entre a bancada e o assento, portanto, é importante pensar se sobre a mesma haverá o uso de cadeiras ou banquetas, variando sua altura. Caso opte-se pelo uso de banquetas, a bancada deverá ter entre 1,00 e 1,10 de altura.
Materiais
Como uma das etapas essenciais, a escolha de materiais que irão revestir as superfícies deste espaço deve ser realizada com cauetla e baseada na durabilidade e resistência. No caso de bancadas, caso opte por pedras, granitos são mais aconselhados que mármores, uma vez que este segundo não apresenta boa resistência a líquidos, podendo absorvê-los e causar manchas em um curto tempo. Além disso, superfícies industrializadas como corian ou porcelanatos tem sido cada vez mais empregadas. Bancadas de concreto polido também são uma ótima opção, considerando a alta resistência do material a longo prazo, no entanto, é importante considerar a impermeabilização do mesmo.
Para pisos e paredes, considerando o contato com a água, além da ação de frituras e vapor, é essencial a aplicação de materiais lisos e de fácil manutenção, como é o caso de porcelanatos, porcelanas e pedras.
Iluminação
Por tratar-se de um espaço de trabalho, é importante que sobre bancadas, pias e áreas de corte e manuseio dos alimentos seja utilizado sistemas de iluminação direta, sendo aquelas em que o fluxo luminoso incide diretamente sobre uma superfície, permitindo que não haja perdas percentuais lumínica por absorção das paredes ou forro. É indicado lâmpadas de temperaturas de cor fria, acima de 5000K, uma vez que permitirão identificar com fidelidade as características e cores dos alimentos.
Caso deseje utilizar iluminação com temperatura de cor quente, indica-se o uso de luminárias de destaque como pendentes ou spots para destacar determinada parede ou superfície.