Os seres humanos passam a maior parte de suas vidas no interior de uma edificação, seja para morar, trabalhar ou lazer. A COVID-19 evidenciou ainda mais esta questão durante o período de isolamento mostrando a necessidade de pensarmos projetos de edificações mais saudáveis e confortáveis.
Neste artigo são apresentadas algumas dicas para pensar projetos mais saudáveis, ressaltando a importância de ter um pensamento sistêmico que considere diferentes disciplinas, como a própria arquitetura, engenharia, ciência dos materiais, mecânica, fisiologia, psicologia, entre outros.
Estude os selos de certificação ambiental
Existem no mercado diversos selos de certificação ambiental, que têm o objetivo de traçar diretrizes e estratégias para projetos mais sustentáveis. Entre elas as mais utilizadas nos projetos brasileiros são o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e Alta Qualidade Ambiental (AQUA-HQE). Dentre essas estratégias podem ser citadas: uso mais eficiente de água, energia e materiais, diminuição da geração de resíduos e emissões de gases de efeito estufa, melhoria da qualidade do ar interno, reciclagem de materiais, maior conforto do usuário, entre outros. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou um guia sobre Construções Verdes que trata sobre essas estratégias e apresenta uma lista com os principais selos de certificação ambiental utilizados no Brasil.
Quando se trata mais especificamente da saúde de projetos e o bem estar dos usuários da edificação, a certificação WELL Building pode ser considerada uma das principais referências, sendo avaliados os seguintes itens: (1) Ar, (2) Água, (3) Nutrição, (4) Iluminação (5) Fitness, (8) Conforto (9) Mente e (10) Inovação.
Estes selos apresentam critérios quantitativos que podem servir como um guia durante o projeto, por exemplo qual o limite que um dado material pode ter de alguma substância tóxica? Quais as dimensões mínimas do ambiente para que se tenha uma melhor ventilação e iluminação natural? Elas podem ser utilizadas como um caminho para o projeto de edificações mais saudáveis, principalmente a certificação WELL.
O desenho universal deve ser um dos norteadores do projeto
O desenho universal tem como objetivo a produção de projetos, produtos, equipamentos e ambientes que considerem toda a diversidade da sociedade: desde as crianças, adultos altos e baixos, anões, idosos, gestantes, obesos, pessoas com alguma necessidade específica ou com mobilidade reduzida (CARLETTO, CAMBIAGHI, 2016). Essas autoras publicaram uma cartilha que trata do desenho universal, que pode ser acessado aqui.
Algumas estratégias de projeto são essenciais, como corredores abertos e espaços livres o mais planos possível, com poucos obstáculos, com poucas mudanças bruscas de nível e transições suaves entre diferentes áreas (CAO, 2020). É muito importante que sejam especificados pisos que favoreçam a circulação de cadeiras de rodas e pessoas com outras dificuldades motoras, como pessoas idosas, gestantes, visuais, etc., utilizando principalmente materiais antiderrapantes. Os acessos, como escadas, elevadores, rampas também devem ser equipados com equipamentos e acessórios adequados. Os mobiliários e ambientes também devem ser adaptados, pensando em projetos versáteis e multifuncionais.
Faça um bom projeto da envoltória da edificação
A envoltória, composta pela fachada, cobertura e pisos é um dos principais elementos de uma edificação. Ela possui diversas funções: desempenho térmico, acústico, estanqueidade, estético, durabilidade, eficiência energética, etc. A água é uma das principais causadoras das “doenças” (manifestações patológicas) nas edificações, sendo que um dos problemas que mais afeta a saúde dos usuários é o aparecimento de mofo. Dessa forma, um bom projeto de impermeabilização deve ser realizado, que, infelizmente, não é a prática comum no setor da construção civil brasileira.
Adicionalmente, alguns elementos importantes que servem como barreira contra a água muita das vezes são mal especificados ou até mesmo inexistentes nos projetos, entre eles: peitoris, pingadeiras, rufos, calhas, etc. Eles permitem que água que chega à fachada ou cobertura, seja destinada a outro local, diminuindo a chance que ela entre nas edificações.
Outros problemas comuns nas fachadas das edificações são juntas mal projetadas ou executadas e fissuras que aparecem devido a diversos problemas construtivos que acabam servindo de acesso à entrada da água nas edificações. É preciso escolher de forma adequada os materiais que são utilizados nas juntas e atentar para a vida útil, que com o tempo esse material precisa ser substituído, como forma de garantir uma maior estanqueidade. Um bom Plano de Manutenção é uma questão chave para um bom projeto da envoltória!
Finalmente, outro local que é comum ter problemas são nas fundações e contenções das edificações que também precisam ser impermeabilizadas para proteger contra a água que vem do solo, também chamada de umidade ascendente.
Além da questão da água, a envoltória terá papel crucial na questão da ventilação, da iluminação e no desempenho acústico, que também têm relação direta com condições do bem estar dos usuários de uma edificação. Esses temas serão tratados nas próximas seções.
Priorize a ventilação natural
A ventilação natural tem vantagens importantes: é um recurso natural e gratuito, não gasta energia, melhora o conforto térmico, diminui a umidade do ambiente, renova o ar e remove poluentes, economiza energia e reduz emissões de CO2 relacionadas à climatização artificial.
Um aspecto importante quando se quer aproveitar a ventilação natural é projetar ambientes de profundidade limitada que possibilitem a ventilação cruzada no ambiente. O tamanho e posição das aberturas é um item crítico, pois não podem ser nem muito pequenas nem muito grandes. Para o último caso, pode se aumentar o ganho de carga térmica (para climas mais quentes) ou necessidade de aquecimento artificial (para climas frios).
A questão da ventilação natural é ainda mais importante para climas mais úmidos, como cidades localizadas em zonas costeiras (Rio de Janeiro, Salvador, etc.) e aquelas localizadas na região da floresta Amazônica (Belém, Manaus, etc.). João Figueiras Lima (Lelé) foi um dos arquitetos brasileiros mais importantes em termos de uso de estratégias bioclimáticas, principalmente ventilação e iluminação natural e deixou um importante legado. Os projetos de saúde da Rede Sarah Kubitschek são referências e exemplos marcantes da arquitetura brasileira. Um de seus últimos projetos construídos, o Beijódromo, localizado na Universidade de Brasília (UnB) aplica essas estratégias de forma bem eficiente, como é o caso do seu auditório, em que suas fachadas laterais são compostas de brises móveis, onde é possível funcionar sem o uso de ar condicionado e iluminação artificial.
Mas cuidado! Em regiões muito poluídas permitir a ventilação natural pode levar substâncias tóxicas e nocivas para dentro das edificações! Para esses casos, podem ser pensados em filtros ou soluções híbridas com o uso de ventilação mecânica e para alguns projetos a ventilação totalmente mecanizada será a melhor solução.
Pense na iluminação natural e circadiana
Projetos que possibilitem a iluminação natural trazem alguns ganhos, entre eles: economia com o uso da iluminação artificial e melhoria do conforto psicológico dos usuários. Para isso, a profundidade dos ambientes e o tipo de fechamento (que deve ser transparente ou pelo menos translúcido) são requisitos importantes.
Quando se trata do aproveitamento da iluminação natural existem diversas soluções. Atualmente, já existem no mercado vidros específicos que permitem somente a passagem da luz natural e ao mesmo tempo servem de barreira para a transmissão do calor, que podem ser empregados em fachadas com grandes áreas envidraçadas.
O emprego de materiais translúcidos como o u-glass ou policarbonato podem ser uma estratégia inteligente. No Museu de Arte do Rio (MAR) foi empregado o u-glass em toda a fachada de um dos seus edifícios, permitindo que o sistema estrutural ficasse visível para quem está de fora e uma quantidade mínima de iluminação disponível para quem está de dentro do edifício. Outra solução interessante é o uso de dispositivos móveis de sombreamento como brises que podem ser acionadas pelos próprios usuários da edificação nos momentos de desconforto.
Ainda quando se pensa em projetos mais saudáveis tem se destacado a chamada iluminação circadiana. Esse tipo de iluminação tem relação direta com o sistema circadiano humano (ritmos diários de 24h), que ocorre no famoso “relógio biológico”. O corpo humano regula seu funcionamento, principalmente em termos hormonais, com base na intensidade e qualidade da iluminação natural. A partir do momento que ficamos a maior parte do nosso tempo dentro de uma edificação e muitas das vezes sem acesso à iluminação natural e com uma iluminação artificial fixa, esse ciclo natural fica desorganizado.
Dessa forma, um dos principais fatores a serem considerados na iluminação circadiana é a quantidade da faixa azul do espectro luminoso (que é semelhante a cor do céu do meio-dia). Recomenda-se que durante dia haja uma maior exposição à essa faixa azul para deixar as pessoas mais alertas e produtivas no trabalho, enquanto a noite essa exposição deve ser diminuída para não causar problemas para dormir (BOSBOOM, s.d).
Invista em bom desempenho acústico
O excesso de ruídos é um dos grandes problemas enfrentados por muitas pessoas nas edificações, seja por aqueles que vêm de fora dela, ou originados nas unidades vizinhas ou pavimentos superiores. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o valor de 55 decibéis (dB) como o limite tolerável para a exposição das pessoas durante a maior parte do tempo. Para você se situar, uma conversa comum, em um tom normal, atinge cerca de 60 decibéis, enquanto que limite da dor está por volta de 120 dB (SOUZA, 2020). A partir dessas referências as edificações e seus ambientes devem ser projetados para garantir um bom desempenho acústico, condizente ao tipo de uso e atividade que será realizada (escritório, biblioteca, sala de aula, lazer, etc.).
A norma de desempenho (a ABNT NBR 15575:2013) trouxe uma evolução para a questão da acústica nas edificações brasileiras, com a necessidade de atendimento de requisitos mínimos de projeto. Mas, infelizmente, mesmo sendo uma norma não tão atual, ainda é comum encontrar projetos que não atendem seus requisitos.
Quando se fala em desempenho acústico é interessante pensar em estratégias com base no tipo de ruído que precisa ser amenizado. Por exemplo, quando pensamos em ruídos externos, uma boa envoltória (principalmente fachada e seus elementos) têm um papel fundamental! A escolha do sistema construtivo adequado deve levar em consideração o potencial de atenuação acústica. O tipo de janela a ser utilizado exerce um papel crítico no desempenho global da fachada! Atualmente, existem diversas opções, como por exemplo, janelas insuladas que oferecem maior conforto acústico.
Nos ambientes internos existem diversas soluções, como mantas acústicas que podem ser utilizadas sobre as lajes e tubulações (que também podem gerar ruídos desagradáveis), forros especiais, isolantes acústicos, entre outros. É muito comum as pessoas não aceitarem bem o sistema de drywall, como divisórias, por acharem que ele tem um baixo desempenho acústico. No entanto, grande parte do problema está no fato do isolante não ser utilizado sendo que ele é um sistema que foi desenvolvido para ter um isolamento entre suas camadas.
Um lugar que você pode achar muito material interessante sobre acústica das edificações é a ProAcústica Associação Brasileira para a Qualidade Acústica. Eles trazem diversas notícias, cursos de aperfeiçoamento e publicações na área, que pode te ajudar durante o seu projeto.
A questão acústica é ainda mais importante quando o projeto for construído em áreas críticas, como proximidade de ruas muito movimentadas, áreas comerciais, etc. Então, fique atento e não economize nas soluções, pois todo mundo merece ter uma boa noite de sono e um momento de descanso!
Atente para a especificação dos materiais e mobiliários
Muitos materiais de construção e mobiliários utilizados no interior das edificações podem trazer consigo substâncias danosas e tóxicas aos seres humanos. Entre essas substâncias merecem destaque os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) que estão normalmente presentes em maior concentração em tintas, vernizes, produtos de madeira colada, papéis de parede, isolantes térmicos, produtos de limpeza, entre outros. O termo volátil significa que o composto se volatiza, ou seja, torna-se gás, à temperatura ambiente e pode atingir as vias respiratórias das pessoas.
Dentre os COVs o formaldeído é um dos mais críticos, devido à sua elevada toxidade, que pode causar irritação dos olhos e o trato respiratório. Quando presente no ar em níveis acima de 0,1 ppm (partes por milhão), ele causa lacrimejamento nos olhos e uma sensação de queima, nos olhos, garganta e nariz (CARMO, 1999).
Atualmente, muitas certificações ambientais, como o LEED, WELL, entre outras, trazem limites que esses materiais precisam ter em termos de concentração de COVs totais e até especificamente do formaldeído, que podem auxiliar o projetista durante a especificação desses materiais. Já existe no mercado alguns produtos com baixo teor ou até mesmo isentos de COVs. O blog SustentaArqui tem uma lista de materiais, avaliados com base em indicadores de sustentabilidade, sendo que desses indicadores faz referência ao efeito que esse material causa na saúde dos ocupantes da edificação.
Alguns materiais, como a terra crua, que pode ser utilizada como revestimento no interior das edificações tem a propriedade de “respirar” e absorver parte desses poluentes e possibilita um melhor desempenho higrotérmico.
Um organismo que pode causar problemas relacionados à saúde dos usuários é o ácaro que é comum aparecer em alguns tipos de revestimentos e mobiliários como carpetes, tapetes e tecidos. Portanto, fique atento para a especificação desses materiais e forneça ao seu cliente como e quando deve ser realizada a limpeza.
Pense em projetos biofílicos
O conceito de biofilia está relacionado à afinidade por sistemas vivos ou naturais. Na arquitetura e design de interiores tem sido bastante difundido nos últimos anos como uma solução para projetos mais saudáveis e confortáveis. Dentre as estratégias utilizadas tem se verificado o uso de muros, paredes, fachadas e coberturas verdes, uso de materiais naturais, como a madeira, o bambu, a pedra, a terra, entre outros. Esses materiais tem o “poder” de trazer mais calma ao ambiente e proporcionar um sentimento de resgate às origens naturais do ser humano. O período de isolamento causado pela COVID-19 levou muitas pessoas a deixarem “mais verde” suas moradias, o que mostra uma relação direta de pensar nessa estratégia para projetos de edificações mais saudáveis!
Escritórios de arquitetura grandes e famosos como Foster + Partners tem investido no uso de biomateriais, em especial a madeira, como o projeto do Centro de Tratamento de Câncer no Reino Unido e a mais recente loja da Apple em Bangkok na Tailândia.
Mas cuidado! Principalmente quando soluções com plantas são utilizadas (como muros, fachadas e coberturas) e que têm contato direto com a água é essencial que um bom projeto e execução do sistema de impermeabilização e drenagem sejam realizados para evitar o aparecimento de fungos e outros microrganismos, que poderão causar graves problemas de saúde.
Entenda o poder e impacto das cores
As cores tem relação direta com o comportamento e a sensação de bem estar dos usuários. Por exemplo, as cores consideradas quentes, como o vermelho, amarelo e laranja são mais dinâmicas e tendem a causar sensações de conforto e estímulo nas pessoas. No entanto, por serem mais intensas podem “cansar a vista”. Por outro lado, as cores frias, como o verde e azul tendem a possuir uma sensação de calma e leveza. Nessa ótica, a criação de uma paleta de cores é uma alternativa de proporcionar diferentes sensações na percepção do espaço com influência indireta na saúde dos usuários (DELAQUA, 2020).
A escolha das cores mais adequadas vai depender muito do tipo de projeto e usuário que vai habitar a edificação. Em um cenário em que as pessoas ficarão mais tempo dentro das edificações, esse quesito é ainda mais importante. Talvez, uma boa solução é fazer um projeto mais versátil e multifuncional, que permita que o usuário troque de ambiente ou opções para não enjoar daquela cor específica. A escolha do mobiliário correto é um item fundamental para um projeto mais harmonioso. Atualmente, com o uso da Realidade Aumentada, já existem diversos aplicativos de empresas que possibilitam o teste virtual no ambiente de cores e tipos de mobiliários, que facilitam muito a decisão de projeto.
Fique atento para o surgimento de novas tecnologias
As tecnologias da Indústria 4.0 como a inteligência artificial, internet das coisas (IoT), big data, entre outros, têm permitido uma série de novas ferramentas que podem auxiliar projetos de edificações mais saudáveis. Dentre essas ferramentas o uso de sensores em ambientes internos que conseguem mensurar diferentes níveis de poluentes, como CO2, umidade do ar, temperatura, COVs e até, recentemente, o vírus causador da COVID-19, têm um grande potencial. Elas permitem saber em tempo real o nível de contaminantes e assim é possível pensar em estratégias para mitigação ou melhoria das condições da edificação.
Algumas empresas como a Steelcase oferece soluções com esse tipo de ferramenta para monitorar o ambiente interno em tempo real. A startup brasileira Omni-eletronica também desenvolve tecnologias similares, oferecendo serviços para monitoramento da qualidade do ar, da água, da ocupação e de movimentação dos usuários da edificação. Finalmente, é importante ressaltar que as tecnologias devem ser vistas como um meio/ferramenta e não o fim de um projeto, pois não adianta nada empregar uma tecnologia se ela não trazer nenhum benefício ao ocupante da edificação.
Referências bibliográficas
Cao, Lilly. "Que tipos de pisos residenciais facilitam a circulação de cadeiras de rodas?" [What Types of Residential Floors Favor Wheelchair Circulation?] 18 Jul 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado 27 Ago 2020.
Carletto, A. C.; Cambiaghi, S. Desenho universal: um conceito para todos.
Carmo, Adriano Trotta. Qualidade do ar interno / A.T. Carmo, R.T.A. Prado. São Paulo: EPUSP, 1999. 35 p. (Texto técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, TT/PCC/23
David H. Bosboom. A iluminação centrada no humano
Eduardo Souza. "O que são decibéis? (Ou como os ruídos afetam nossa saúde)" 24 Mai 2020. ArchDaily Brasil. Acessado 22 Ago 2020.
Victor Delaqua. "A importância das paletas de cores em um projeto de arquitetura" 22 Jun 2020. ArchDaily Brasil. Acessado 22 Ago 2020.
Lucas Rosse Caldas é engenheiro civil, ambiental e sanitarista. Doutor em Egenahria Civil (PEC/COPPE/UFRJ). Pesquisador do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Materiais e Tecnologias de Baixo Impacto Ambiental na Construção Sustentável (NUMATS). Professor na Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente da COPPE/UFRJ e ministra cursos sobre construções e cidades sustentáveis no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ). Consultor do selo de certificação de edificações sustentáveis EDGE Buildings.