Frequentemente, a arquitetura é definida por sua capacidade de permanência. Embora os trabalhos mais celebrados de nossa disciplina sejam usualmente aqueles construídos para durar, há uma certa beleza e valor inerente à impermanência. Mais além do que apenas edifícios convencionais e considerando os impactos ambientais e sociais da construção civil, estruturas temporárias têm o potencial de transcender os limites da própria arquitetura, sendo considerados, muitas vezes, obras de arte.
Quer seja ou não considerada arte, a arquitetura desempenha um papel fundamental na nossa experiência do espaço. Como Christo e Jeanne-Claude mostraram ao mundo, instalações e obras de arte pública não precisam necessariamente ser fixas ou duradouras. Por sua vez, projetos de pavilhões efêmeros têm sido utilizados por arquitetos para explorar novas formas de se pensar e fazer arquitetura, transcendendo seus próprios limites e criando espaços que surpreendem à todos. Respondendo à questões ambientais, sociais e culturais assim como econômicas, esses pavilhões transitam entre os âmbitos da arte, da arquitetura e da paisagem.
Os projetos elencados à seguir possuem uma única característica em comum: são todos flutuantes. Questionando e reinterpretando os mais tradicionais métodos construtivos, estes pavilhões foram concebidos para abrigar uma gama tão diversa de programas quanto podemos ver em suas formas únicas e irrepetíveis. Construindo uma profunda conexão com a paisagem, eles nos mostram como arquitetos e artistas contemporâneos podem ser capazes de criar obras tão belas quanto fugazes.
Plataforma de Mergulho ICEBERG / Bulot+Collins
O Iceberg é uma plataforma de mergulho responsiva feita de madeira, barris de flutuação e 1.400 telhas termocrômicas de HDPE reciclado. Foi projetado e construído para o Beam Camp, um acampamento de verão em Strafford, New Hampshire, que se concentra em orientar os campistas a cultivar habilidades práticas e explorar o pensamento criativo.
Pavilhão de Reflexões / Studio Tom Emerson
Uma equipe de trinta estudantes de arquitetura do Estúdio Tom Emerson, na ETH Zurique, desenharam e construíram um pavilhão para o Manifesta 11, na Bienal Europeia de Arte Contemporânea. Flutuando no lago, como plano de fundo para o centro da cidade, o "Pavilhão de Reflexões" serve como um foro público para a bienal.
Clube de Natação no Canal / Atelier Bow-Wow + Architectuuratelier Dertien 12
Expandindo a tradição das Trienais de arte contemporânea belga ocorridas em 1968, 1971 e 1974, a cidade de Bruges decidiu organizar uma nova Trienal no ano de 2015. Juntos, o Atelier Bow-Wow e o Architectuuratelier Dertien 12 desenvolveram o projeto do Clube de Natação do Canal, um novo espaço público multifuncional para relaxar, tomar sol e até mesmo nadar nos canais de Bruges.
The Floating Piers / Christo & Jean-Claude
O duo Christo & Jean-Claude criou um “caminhem sobre a água” de três quilômetros com 100 mil metros quadrados de tecido amarelo reluzente, sustentados por um sistema modular flutuante composto por 200 mil cubos de polietileno de alta densidade, a instalação - que está ligeiramente acima do nível da água - ondula com o movimento do lago Iseo, no norte da Itália.
AntiRoom II / Elena Chiavi + Ahmad El Mad + Matteo Goldoni
Antiroom II é uma ilha flutuante no mar maltês, uma superfície inacessível a partir do solo, acessível apenas por nado ou de barco. A estrutura de madeira cria um espaço separado da vastidão do mar ilimitado. Seu centro é definido como uma pequena piscina.
Antepavilion / Thomas Randall-Page & Benedetta Rogers
O Antepavilion 2018 foi inaugurado em Londres, após o sucesso de sua primeira edição no ano passado. Projetada e construída por Thomas Randall-Page e Benedetta Rogers, a edição deste ano recebe o nome de AirDraft e consiste em um teatro inflável sobre uma barcaça do século XIX que oferece um espaço para performances e apresentações musicais nos canais de Londres.