Explicando 12 estilos da arquitetura moderna

O modernismo pode ser descrito como um dos momentos mais otimistas da história da arquitetura, um estilo inovador inspirado por pensamento e idéias utópicas que finalmente reinventou nossos espaços de vida e trabalho, assim como a maneira como as pessoas se relacionavam entre si e com o ambiente construído. Conforme expusemos em nosso artigo AD Essentials Guide to Modernism, a filosofia moderna ainda permanece vigente no discurso arquitetônico contemporâneo, mesmo que as condições específicas que deram origem ao movimento moderno na arquitetura no início do século passado, já não tenham mais nada que ver com o mundo em que vivemos hoje.

Ao nos despedirmos do ano que marcou o centenário da Bauhaus, compilamos uma lista dos principais estilos arquitetônicos que definiram o modernismo na arquitetura. Como uma ferramenta para entender o desenvolvimento da arquitetura ao longo do século 20, esta lista tem como principal objetivo apresentar um panorama completo sobre os desdobramentos do modernismo para além de seu contexto teórico.

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Estilos no início do século XX

Bauhaus

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Dessau Bauhaus / Walter Gropius. Image © Thomas Lewandovski

Como uma palavra derivada de “construção” e “casa”, em alemão Bau e Haus, a Bauhaus foi fundada por Walter Gropius em 1919 como uma escola de design e arquitetura. Além de se tornar um modelo para muitas das escolas de arquitetura instituídas ao longo da primeira metade do século XX, a instituição emprestou seu nome para um estilo de arquitetura próprio, o qual foi caracterizado por uma ênfase na funcionalidade e definido por volumes puros e abstratos.

De Stijl

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Café L’Aubette/ Theo van Doesburg. Image Courtesy of Wikimedia user Claude Truong-Ngoc

Fundado em 1917 na Holanda, o De Stijl (holandês para “O Estilo”) atingiu seu auge ao longo das décadas de 1920 e 1930. Como suas principais características estão um design reducionista e de formas puras, volumes e elementos horizontais e verticais e cores primárias. O De Stijl é também deu nome a uma revista, publicada pelo arquiteto e designer holandês Theo van Doesburg, um dos principais defensores do movimento.

Construtivismo

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© Denis Esakov. Image

Enquanto a Bauhaus e o De Stijl floresceram na Europa Ocidental, o Construtivismo nasceu na União Soviética. Decisivamente influenciado pelas mais recentes inovações tecnológicas e o futurismo russo, o construtivismo soviético era caracterizado por volumes extremamente geometrizados e um formalismo tendendo à abstração. A pesar de seu imenso sucesso na década de 1920, o estilo caiu em desuso já no início dos anos 1930. Alguns dos mais importantes arquitetos construtivistas russos foram El Lissitzky e Vladimir Tatlin, embora ambos sejam mais reconhecidos por suas propostas e obras não construídas.

Expressionismo

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Grundtvig’s Church / Peder Vilhelm Jensen-Klint. Image Courtesy of Flickr user Flemming Ibsen

Contrastando fortemente com a simplicidade formal dos estilos anteriormente mencionados—apesar de terem coexistido ao longo das primeiras décadas do século XX—, o Expressionismo na arquitetura foi caracterizado por formas biomórficas, estruturas orgânicas e monumentais. Derivado dos movimentos de vanguarda alemão, holandês, austríaco, tcheco e dinamarquês, o Expressionismo explorou os benefícios da produção em massa do aço, tijolo e vidro da época, dando forma a edifícios até então inconcebíveis.

Estilos de meados do século XX

Funcionalismo

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Renovation of a Functionalist Villa “Indian Ship” / Idhea. Image © BoysPlayNice

O Funcionalismo, como o próprio nome denuncia, defendia no princípio de que a arquitetura deveria refletir em suas formas seu principal propósito de ser: a sua função. Emergindo logo após o término da Primeira Guerra Mundial, o estilo é comumente associado à ideias socialistas e humanistas. À medida que o estilo foi ganhando mais adeptos, principalmente na Alemanha, Polônia, URSS, Holanda e Tchecoslováquia, a máxima foi sendo forjada: “a forma segue a função” — inspirando a ideia de que a arquitetura deveria ser um meio para promover a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.

Minimalismo

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Barcelona Pavilion / Mies van der Rohe. Image © Gili Merin

O minimalismo pode ser considerado como uma continuidade dos estilos Bauhaus e De Stijl, enfatizando o uso de elementos projetuais simples, a negação de ornamentação e quaisquer tipo de elementos decorativos. Popularizado por arquitetos como Mies van der Rohe, o minimalismo propunha desprover a arquitetura de qualquer excesso: daí a máxima de Mies “menos é mais”. Entre as principais características deste estilo estão formas geométricas puras, materiais simples, repetição, ritmo e clareza estrutural.

Estilo Internacional

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Villa Savoye / Le Corbusier

O termo International Style foi cunhado em 1932 por Philip Johnson e Henry-Russel Hitchcock, curadores da célebre exposição Modern Architecture International Exhibition no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Como uma evolução natural dos princípios modernistas importados da Europa, o International Style descreve o momento em que o modernismo europeu se espalhou pelos quatro cantos do mundo, especialmente nos Estados Unidos. Caracterizado por uma geometria simples e pela falta de ornamentação, o estilo se alastrou rapidamente pelas grandes cidades americanas, impulsionado pela massiva construção de arranha-céus de aço e vidro.

Metabolismo

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Nagakin Capsule Tower / Kisho Kurokawa. Image © Arcspace

O metabolismo surgiu no Japão do pós-guerra, impregnando a arquitetura com uma mistura de formas orgânicas e geométricas. Influenciado por teorias marxistas e processos biológicos, o grupo de jovens arquitetos liderados Kiyonori Kikutake, Kisho Kurokawa e Fumihiko Maki, publicou em 1960 seu chamado “Manifesto Metabolista”, dando início a um dos movimentos mais marcantes na história da arquitetura japonesa. Suas características incluem a modularidade, pré-fabricação, flexibilidade e a monumentalidade.

Brutalismo

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The Barbican Estate / Chamerlin, Powell and Bon Architects. Image © Joas Souza

O Brutalismo surgiu em meados da década de 1950, a partir de um termo cunhado pelos arquitetos britânicos Alison e Peter Smithson que deriva de ‘Béton brut’, ou concreto bruto. Associado primeiramente à obra de Le Corbusier, o estilo Brutalista é caracterizado por formas monolíticas, volumes geométricos e obviamente, muito concreto aparente. Edifícios Brutalistas resultaram muitas vezes de encomendas e projetos públicos monumentais, como edifícios educacionais ou torres residenciais em altura.

Estilos do final do século XX

Pós-modernismo

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The Portland Building / Michael Graves. Image Steve Morgan via Wikimedia Commons

Já a partir de meados do século XX, a onipresença de volumes monolíticos e a monotonia de suas superfícies de vidro repetidas em cada esquina começaram a despertar um desassossego nas novas gerações de arquitetos. A sucessão infinita de estruturas funcionais e utilitárias estava transformando as cidades americanas e europeias em uma paisagem urbana homogênea e tediosa. Emergindo de um profundo questionamento dos principais valores da arquitetura moderna, o pós-modernismo floresceu como parte de um desejo impetuoso por mudança; com o objetivo de reviver conceitos e técnicas tradicionais e locais, o pós-modernismo fez a arquitetura se voltar novamente para as especificidades de seu contexto.

High-Tech

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Centre Georges Pompidou / Renzo Piano Building Workshop + Richard Rogers. Image © conservapedia.com

A arquitetura High-Tech, também conhecida como Expressionismo Estrutural, é considerada um estilo moderno tardio que incorpora soluções de altíssima tecnologia como parte fundamental do projeto de arquitetura. Fazendo uso das mais avançadas tecnologias relacionadas à construção civil, a arquitetura high-tech enfatiza a transparência, expondo aos olhos de todos suas instalações e sistemas assim como a estrutura do próprio edifício. Suas características incluem pisos elevados, estruturas suspensas, ausência de paredes estruturais e divisões internas, sistemas e instalações expostas e flexibilidade espacial.

Deconstrutivismo

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Vitra Design Museum / Gehry Partners. Image © Liao Yusheng

Como uma derivação do pós-modernismo, o Desconstrutivismo é caracterizado pela total ausência de harmonia, continuidade ou simetria de suas formas. Arquitetos deconstrutivistas frequentemente manipulam a envoltória de seus edifícios, criando superfícies descontinuas e deslocadas e portanto, imprevisíveis e até certo ponto, caóticas. O estilo causou furor no cenário arquitetônico ao longo da década de 1980.

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Sobre este autor
Cita: Walsh, Niall. "Explicando 12 estilos da arquitetura moderna" [12 Important Modernist Styles Explained] 09 Out 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/948583/explicando-12-estilos-da-arquitetura-moderna> ISSN 0719-8906

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