Diversas cidades do mundo estão recebendo as cores e os benefícios de murais pintados com tinta fotocatalítica, reconhecida por ajudar a limpar o ar. Os murais são parte do projeto Converse City Forests, da criadora do famoso modelo de tênis All Star. O objetivo é pintar mais de 14 mil metros quadrados murais ao redor do mundo até o final deste ano. Juntos, os murais equivalem ao plantio de aproximadamente 40 mil árvores.
A tecnologia da tinta fotocatalítica usa a energia da luz para decompor os poluentes atmosféricos nocivos e convertê-los em substâncias inofensivas. Qualquer superfície revestida com esta tinta torna-se uma superfície purificadora de ar ativa, que ajuda a proteger as pessoas de gases nocivos. A tinta faz o papel de árvores em lugares que não podem crescer.
São Paulo
A capital paulista está entre as cidades que fazem parte do projeto. Em São Paulo, o mural tem a assinatura Rimon Guimarães e o local escolhido fica próximo ao Minhocão, na região central, com grande fluxo de pessoas e carros, para que a tecnologia da tinta possa ter o efeito desejado.
O mural do Brasil faz parte da segunda fase do projeto, que celebra a herança latina, as raízes dos povo locais, a ancestralidade e o orgulho, em cidades como Santiago, Lima e Cidade do México. O projeto no Brasil filtrará a mesma quantidade de ar que 750 árvores.
A obra
A obra tem o nome de “Pindorama” e é baseada em referências e pesquisas dos povos originários brasileiros e um imaginário indígena como indivíduo. “A sinergia que esses povos têm com a natureza é inegável. O pássaro, a onça pintada, são animais simbólicos para esses povos, por exemplo Kianumaka-Maná deusa onça do povo Menihaku.” diz o artista.
A paisagem remete aos tempos de quando São Paulo não era uma selva de pedra e se podia ver o horizonte com serras ao fundo, também os rios em abundância simbolizado pelos tons de azuis, com referências aos 4 elementos: terra, fogo como sol, água representada por azul e ar como pássaro. – Rimon Guimarães
Na obra, além da onça, há uma planta e o sol representando a fauna e flora brasileira. Há também o processo da tecnologia da tinta, que é parecida com a fotossíntese, e uma personagem assexuada que está usando uma vestimenta ritualística feminina Jurupixuna, que foi registrada no século XVIII por Alexandre R.F. em suas expedições. Já a face com a máscara foi um apanhado do estilo de Rimon inspirado por pinturas faciais Kayapó e Xikrin.
O artista
Nascido em Curitiba, Rimon é artista autodidata e multidisciplinar. Sua experiência em construir murais é longa, são 27 países que fazem parte da trajetória. Por onde passa, Rimon participa de projetos sociais que buscam integrar a sociedade.
Seu maior mural possui 370 metros quadrados e foi realizado em Amsterdã. Também construiu um de 260 metros quadrados em Damasco, na Síria, com ajuda de crianças refugiadas. Para o trabalho em São Paulo, o artista teve a ajuda de um jovem da comunidade criativa da marca, chamada de All Stars.
Murais pelo mundo
Os murais finalizados foram feitos em Bangkok, na Tailândia, e Varsóvia, na Polônia, em parceria com dois artistas locais de cada país. Em Bangkok o tema que inspirou a ilustração foi a união, já que eram dois artistas com estilos diferentes, e a proposta foi misturar e comunicar a união do povo tailandês.
Já em Varsóvia, um futuro repleto de natureza com a mistura do urbano ao fundo. Ao total, os dois murais equivalem a 930 árvores em lugares onde estas não podem ser plantadas.
Via CicloVivo.