Neste episódio de "Nos Bastidores", onde mostramos o trabalho de artistas visionários e perguntamos sobre suas experiências além do que é visto pelo público, apresentamos Nicolás Castagnola: um ilustrador, animador e arquiteto nascido em Buenos Aires e que atualmente vive em Berlim. Através de suas ilustrações e animações, ele traz significados diferentes para a arquitetura ao abrir um campo imaginativo sobre as infinitas possibilidades que o ambiente construído pode proporcionar.
ArchDaily - Victor Delaqua (VD): Como você definiria seu estilo?
Nicolás Castagnola (NC): Linhas claras, ritmo lento, bons tempos.
VD: Qual é seu edifício favorito?
NC: Os edifícios e espaços públicos que vivenciei por algum período e me desenvolvi junto de outras pessoas. Você pode realmente sentir falta deles depois de algum tempo sem estar lá.
VD: Quais são os elementos-chave para uma grande ilustração arquitetônica?
NC: Eu pessoalmente aprecio quando as Ilustrações criam atmosferas que dão à Arquitetura uma razão para estar lá e hospedá-las.
VD: Quem ou o que o influenciou?
NC: Georges Remi, Edgar Jacobs, Gordon Cullen, Kazuhiko Kato. Quadrinhos como Blake & Mortimer, TinTin; e desenhos animados como Lupin ou o Pantera Cor-de-Rosa.
VD: Você acha que ser um arquiteto o ajuda a ilustrar melhor?
NC: É ótimo quando se trata de habilidades técnicas e metodológicas. Mas também acredito na desconstrução de algumas destas ferramentas, para não restringir nossa prática a um único público de arquitetos.
VD: Como você descreveria o processo de trabalho com arquitetos?
NC: Eu trabalho com arquitetos há vários anos, portanto a comunicação é fácil e clara. Compartilhamos uma linguagem comum, e alguns traumas também.
VD: Como, através de suas animações, traduzir sensações?
NC: Eu gosto de contar pequenas histórias em um idioma com o qual todos possam se relacionar.
Alguém olha pela janela, um cão passa, há alguns ruídos no fundo. Há também a Arquitetura.
VD: O que seria da arquitetura sem a presença humana?
NC: As animações aumentam a importância desta presença: quando as pessoas estão em movimento, a arquitetura perde o protagonismo, mas ganha sentido.
Veja mais sobre o trabalho de Nicolás Castagnola's em CUCU Studio e @nicolascastagnola.