Pastilhas, cerâmicas, porcelanatos, azulejos: ao nos referirmos aos revestimentos, muitas são as possibilidades que podemos escolher para dar acabamento, e identidade, aos nossos projetos. Porém, quando nos deparamos com a variedade que existe no mercado fica difícil decidir entre todas as opções. Neste texto iremos explorar a diferença entre os revestimentos frios e dar dicas de como escolher o que melhor se encaixa em seu projeto.
Com um conhecimento que tem origem nos povos babilônicos, e que se propagou pelo mundo ganhando também notoriedade a partir dos murais de azulejos ibéricos, a técnica de transformar argila em peças de acabamento esmaltado avançou muito desde o século XVI. Atualmente os revestimentos frios são organizados em dois grupos principais, os revestimentos cerâmicos e os porcelanatos. Apesar da sua comercialização comum, sua principal diferença está em seu processo produtivo.
O revestimento cerâmico é composto por argila e outros minerais que dão mais resistência para a peça. Essa mistura é queimada a altas temperaturas e esmaltada na parte de cima, enquanto na parte de trás tem uma coloração mais terrosa. Já o porcelanato também é composto por uma mistura de argila e minerais rochosos que são queimados a alta temperatura. A grande diferença, porém, está na composição desses minerais, que são mais nobres, incluindo alguns utilizados para fabricação das porcelanas tradicionais. Outra importante diferença está na temperatura da queima, que é mais alta nos porcelanatos do que nas cerâmicas. O resultado é uma peça mais acinzentada na parte de trás.
Devido à diferença nesse processo de fabricação e da composição das matérias primas, os revestimentos cerâmicos são mais baratos do que os porcelanatos. Apesar disso, com o avanço tecnológico, a indústria de revestimento têm se empenhado para fazer tanto um quanto o outro serem competitivos no mercado, trazendo a maior variedade possível, tanto de estilos de acabamentos quanto da qualidade do material.
As peças, então, geralmente, apresentam dois lados: a parte de baixo, onde o material original pode ser observado com uma textura mais rústica propícia para receber a argamassa de assentamento, e a parte de cima, que é a camada preparada para ficar à mostra e, portanto, pode ser lisa ou rugosa, e ainda pode apresentar diversos estilos a partir de impressões que podem ir de imitações de elementos naturais como madeira e pedra, até a reprodução de materiais diversos como granilite ou cimento queimado, ou, ainda, cores lisas variadas ou estampas geométricas.
O porcelanato, especificamente, apresenta ainda mais variações possíveis. Ele pode ser esmaltado ou técnico, também conhecido como massa única. O porcelanato técnico tem a mesma cor em toda a espessura, pode ser polido ou natural e não recebe impressão em sua peça. Já o porcelanato esmaltado recebe a impressão na parte de cima e pode também receber acabamento liso, áspero, brilhante ou acetinado, variando de acordo com o fabricante. Além disso, os porcelanatos também variam a geometria de suas bordas, que podem ser arredondadas ou retificadas, o que varia a espessura e a quantidade de rejunte.
Tanto os porcelanatos quanto os revestimentos cerâmicos seguem dois tipos de classificação de resistência. A classificação de classe de uso, que vai de 1 a 6 e a classificação PEI, do Porcelain Enamel Institute, que vale apenas para peças esmaltadas, variando de 0 a 5. A classificação de classe de uso, sinalizada atrás da peça ou na etiqueta, varia da menor resistência, 1, recomendada para superfícies não transitáveis como as paredes, até o 6, recomendada para locais comerciais de alto trânsito, como um supermercado. Já a classificação PEI está sinalizada na etiqueta do produto e refere-se à resistência do esmalte, variando de 0, para ser usado nas paredes e 5 em garagem residenciais, por exemplo.
Independentemente do estilo do revestimento, seja ele cerâmico ou porcelanato, os revestimentos frios trazem as vantagens de serem materiais com baixa e fácil manutenção, além de serem bastante duráveis. São materiais encontrados com facilidade nas lojas de construção, e talvez a maior dificuldade de sua aquisição seja na escolha de qual modelo usar. Para além das variações já citadas, a característica mais importante dos revestimentos é o tamanho das peças de acordo com a paginação utilizada no projeto.
As peças dos revestimentos frios têm diversos padrões, desde as menores de 5 x 5 cm, até outras que chegam a 3 metros de comprimento, passando também pelos modelos de pastilhas e tantas outras. A paginação, isso é, o desenho que as peças farão na área a ser revestida, é o que define qual a melhor maneira de se aproveitar um material, quanto será utilizado, e se as peças serão cortadas ou usadas inteiras.
Assim, algumas dicas são importantes na hora de se escolher revestimentos para seu projeto:
- Esteja atento às classificações de uso, para garantir que não haja trincas, riscos ou outros problemas com seu material durante sua vida útil;
- Para escolher bem um revestimento pesquise quais os padrões que mais agradam e estude as paginações possíveis, buscando um equilíbrio entre estética e gasto de material;
- Considerando as diferenças de preço e resistência entre o porcelanato e o revestimento cerâmico, uma alternativa econômica é optar por revestimentos cerâmicos nas paredes e porcelanato no chão, onde há fluxo de pessoas e tende a sofrer mais reações.