O Pavilhão da Holanda na Expo Dubai 2020 propõe um sistema climático circular que coleta água, energia, fabrica chuva e produz alimentos, criando um biótopo temporário que incorpora a fusão entre arte, arquitetura e tecnologia. Projetado por V8 Architects, com curadoria de Kossmanndejong, o pavilhão cria uma narrativa multissensorial em torno de fenômenos naturais. Materiais industriais como chapas de metal, tubos de aço, dutos e canos se misturam inesperadamente com a vegetação e os tecidos para criar um percurso espacial que culmina em uma peça central proporcionando um espaço tranquilo em meio à agitação da Expo.
O projeto é uma exibição de soluções experimentais para “escassez de água, transição de energia e escassez de alimentos em um modelo de tamanho real”. Dentro do pavilhão, um grande cone é o elemento principal da exposição - uma fazenda vertical coberta por plantas comestíveis por fora e cogumelos por dentro. A estrutura semelhante a uma chaminé ajuda a regular a temperatura e a umidade dentro do cone. A água é captada da umidade do ar e utilizada para irrigação das plantas, sendo que o pavilhão extrai 800 litros de água diariamente. O processo é alimentado por energia renovável obtida por meio de células solares transparentes e orgânicas leves ou OPV projetadas pela artista Marjan van Aubel.
Os visitantes descem para o pavilhão em uma rampa e começam a sentir a mudança de temperatura. Reforçando a metáfora da máquina está a sala de controle que conduz ao interior do cone central, onde as inovações técnicas do pavilhão podem ser vistas nas projeções em guarda-chuvas brancos. Depois de vivenciar o microclima do cone e uma chuva coreografada, eles avistam a estrutura coberta por plantas e, ao saírem, se deparam com uma instalação perfumada que recria o cheiro de solo holandês criada por Birthe Leemeijer.
Os tecidos dentro do pavilhão são feitos de biopolímeros criados a partir de amido de milho, enquanto os ladrilhos são feitos de material de biomassa contendo micélio. Incorporando os princípios da economia circular, o pavilhão foi projetado para desmontagem e reutilização. As matérias-primas de construção, uma homenagem à tradição da engenharia civil holandesa, serão devolvidas aos proprietários locais, enquanto os elementos de biomassa retornarão à natureza.