Uma pesquisa realizada na Austrália comprovou que telhados verdes contribuem para aumentar a eficiência de painéis solares. Isto é, as placas funcionam melhor quando não estão muito quentes.
Para o estudo, foram analisados dois prédios de escritórios idênticos localizados lado a lado em Sydney. De um lado, foi montado um sistema solar fotovoltaico convencional e do outro os painéis solares foram cercados por vegetação. Ambos foram analisados por um período de oito meses, que englobou verão e inverno.
“Utilizamos um projeto experimental único, onde a presença do telhado verde era a única variável, com os dois locais de estudo na mesma localização geográfica e da mesma altura, tamanho e formato”, detalhou Peter Irga, que conduziu o estudo.
O resultado foi que o topo com telhado verde melhorou o desempenho energético em até 20% nos horários de pico e em 3,6% ao longo do experimento. Ao todo, foram 9,5 MWh adicionais. “Isso não parece muito, mas, com os painéis solares [disponíveis] no momento, conseguir um aumento de um ou dois por cento é um grande negócio”, afirmou Irga à emissora local ABC News.
De acordo com a pesquisa, os painéis solares funcionam melhor quando as temperaturas são de até 25 °C. Acima disso, ao contrário do que se possa imaginar, os painéis se tornam menos eficientes.
Ainda segundo os estudiosos, a redução da temperatura obtida com os telhados verdes pode desempenhar um papel importante no combate ao efeito da ilha de calor urbana. Além de contribuir para resfriar o prédio, torna mais agradável o microclima dos escritórios.
Para além da melhoria na produção de eletricidade, os pesquisadores apontam que a solução filtra uma quantidade significativa de águas pluviais. Isso porque as plantas ajudaram a reduzir o escoamento de águas em mais de 600 litros por segundo no estudo. O telhado verde também absorveu quase nove toneladas de gases de efeito estufa: o equivalente a plantar 110 árvores.
Outro benefício inesperado foi o aumento da biodiversidade. Em poucos meses, o telhado atraiu insetos, pássaros e abelhas nativas.
O estudo foi conduzido por Peter Irga da Universidade de Tecnologia de Sydney e financiado pelo Conselho da Cidade de Sydney. Este é o primeiro estudo australiano do tipo e os dados foram apresentados recentemente em um webinar com a equipe de pesquisa do estudo – confira aqui, em inglês.
Via CicloVivo.