As coberturas muitas vezes desempenham papéis importantes na identidade de um projeto. Para além do aspecto estético, elas têm papel fundamental na proteção e fechamento do edifício. Dos tipos de cobertura existentes, os telhados inclinados são os mais comuns nas residências e edifícios de boa parte do mundo, portanto, é preciso garantir que estejam dentro dos parâmetros previstos nas normas técnicas.
Chamamos de coberturas aquelas estruturas que fecham o topo dos edifícios, protegendo a parte interna de todas as intempéries, como chuvas, vento e insolação. Elas podem adquirir diversos formatos e até ganhar novas funcionalidades a depender de qual a identidade do projeto: podem ser planas, inclinadas, com variedade de planos ou ainda podem ser visitáveis e vegetadas. Dentro dessa variedade, os telhados inclinados são os mais utilizados na arquitetura residencial, e mesmo em coberturas de edifícios, dada a sua praticidade e baixo custo de execução.
A cobertura inclinada convencional é composta basicamente por dois elementos, a estrutura e a vedação. Usualmente, a estrutura consiste em peças de madeira ou metálicas, enquanto a vedação apresenta uma variedade de tipos de telhas, podendo ser de fibrocimento, cerâmica, alumínio, concreto, entre outros. Cada um desses materiais tem suas especificações de custo, manutenção e mão de obra, como também seu desempenho para o conforto térmico da construção. São os tipos de telha que determinam a inclinação do telhado.
As telhas podem ser uma somatória de várias pequenas peças, como é o caso das telhas cerâmicas, de concreto e algumas de PVC, ou também podem ser a combinação de grandes placas como as metálicas ou de fibrocimento. Cada uma delas apresentam suas propriedades como peso próprio e formas de fixação, porém, a regra geral é que quanto menor o tamanho da telha, maior a inclinação possível. Ao mesmo tempo, independentemente do tipo de telha, a forma de cálculo da inclinação da cobertura é a mesma: a inclinação do telhado é dada por uma porcentagem que relaciona o comprimento com a altura.
Geometricamente, para cada 1 unidade horizontal, relaciona-se um valor na vertical, resultando em um triângulo retângulo onde a hipotenusa é o plano do telhado e a relação de a dividido por b é a porcentagem da inclinação:
- Dessa forma, para chegar à inclinação do telhado determina-se uma reta de 1 metro na horizontal;
- A partir dessa reta, muda-se de direção para a vertical subindo quanto for desejado, 10 centímetros, no caso de um telhado com inclinação de 1%, por exemplo;
- Por fim, fecha-se o triângulo com uma reta que forma a inclinação do telhado.
Há no mercado padrões dos fabricantes e normas que regularizam o uso de cada um desses materiais, e é importante seguir o que é indicado nos manuais para garantir tanto o escoamento correto das águas, quanto a fixação devida contra a ação dos ventos. Para as telhas cerâmicas e de concreto, por exemplo, a inclinação média é de 30%, enquanto os telhados de fibrocimento e as telhas metálicas ficam entre 9 e 10% de inclinação. Telhas mal utilizadas podem provocar infiltrações, curto-circuitos, destelhamentos, e ainda outros acidentes.
Dessa forma, entendendo a cobertura como um dos elementos identitários dos projetos, no qual muitas vezes a arquitetura se expressa mais livremente, é fundamental durante o projeto somar ao desenho as questões técnicas que garantam a exequibilidade e seu funcionamento pleno.
