Não há nada de novo em viver comunitariamente. A história mostra as moradias se aglutinam devido tanto pelas necessidades em comum quanto para a concentração de recursos. Hoje, devido ao crescimento populacional, ao adensamento urbano e preços dos imóveis, arquitetos e urbanistas têm procurado achar alternativas para habitações compartilhadas, também chamadas de co-living. Esses novos modos de morar exploram uma variedade de formas e configurações espaciais coerentes com o que se espera do futuro.
Como Eduardo Souza explica, o termo co-living surgiu na Dinamarca nos anos 70 - sendo originalmente chamado de cohousing. O grupo Sættedammen, por exemplo, era formado por 35 famílias que viviam em casas particulares e compartilhavam espaços comuns para socialização e atividades como refeições, tarefas domésticas, reuniões e festas. Após uma pesquisa sobre projetos recentes de moradias compartilhadas, os exemplos selecionados mostram o que significa coabitar nos dias de hoje. Construídos quase meio século após o surgimento do termo co-living, esses projetos mostram uma variedade de estilos de construção, programas e tipologias. Essa grande diversidade nos mostra os tipos de projetos de habitação compartilhada que podem surgir nos próximos anos.
LT Josai Shared House / Naruse Inokuma Architects
Trata-se de um projeto de uma casa compartilhada recém-construída, um tipo raro de habitação. Co-living é um estilo de vida cada vez mais popular no Japão. Na prática é uma casa ampla onde áreas molhadas e áreas de convívio são compartilhadas pelos residentes. O detalhe que a faz ser mais que só mais uma casa espaçosa é que os residentes não são familiares e, sim, estranhos sem parentesco.
Coliving interlomas / A-001 Taller de Arquitectura
O Coliving Interlomas consiste em uma proposta residencial voltada para a comunidade estudantil, que está localizada a oeste da área metropolitana da Cidade do México; sugerindo uma arquitetura que reúna a vida e a academia em comunidade, seguindo os princípios da otimização dos espaços em sistema de convivência. A forma arquitetônica nasce da experimentação volumétrica no terreno, com o objetivo de gerar espaços privados e partilhados que convivem no mesmo local para doze alunos.
Garden Coliving House / Teatum + Teatum Architects
Garden House é uma nova adição à rede de espaços que está sendo produzida pela Noiascape em Londres. De casas a edifícios de uso misto, a Noiascape está criando uma infraestrutura para o mercado de locação. Concebida especificamente para ser alugada, a Garden House foi feita para se adaptar a várias configurações de moradores, desde um casal a um grupo de pessoas. A casa funciona como um cenário feito de superfícies e objetos no qual a vida do morador pode ser encenada.
Oosterwold Co-living Complex / bureau SLA
Na zona rural de Oosterwold, o artista plástico Frode Bolhuis sonhava com uma forma diferente de viver. Ele pediu aos arquitetos Peter van Assche e Mathijs Cremers que projetassem a casa dos seus sonhos em um campo de batata de um hectare. Para tanto, os arquitetos propuseram duas condições para a viabilização do projeto: sugeriram que amigos do artista participassem do projeto, já que é muito mais barato construir várias casas ao mesmo tempo do que apenas uma. A segunda condição era que apenas o exterior fosse projetado, dando às famílias total liberdade para decidir sobre o interior de suas moradias.
Tetuan Coliving / ch+qs arquitectos
Os tipos de coworking e coliving que aparecem em nossas cidades são o resultado da hibridização desse “terceiro lugar” com os usos da moradia e do trabalho, espaços criados para desenvolver a atividade humana para uma nova geração de cidadãos, pessoas que entendem o espaço de trabalho e casa como serviço, mas um serviço que precisa estar alinhado com suas aspirações e crenças, um lugar que lhes confere uma sensação de "pertencimento". Renovamos este edifício residencial dos anos 50 em um bairro tranquilo e tradicional no centro de Madri, transformando grandes apartamentos tradicionais em uma experiência de vida para 20 pessoas.
Casa Três Gerações / BETA office for architecture and the city
Contemplando o cuidado entre as gerações, uma família composta por dois diferentes núcleos familiares decide construir uma casa juntos. Enquanto o casal mais jovem já vive na cidade, os avós vivem no campo e estão ansiosos para voltar à proximidade das amenidades urbanas. Para este edifício de apartamentos, foi concebido um conceito capaz de acomodar mudanças nas demandas espaciais ao longo do tempo.
Co-Housing Denver / PRODUCTORA
Este projeto experimental localiza-se no primeiro anel de subúrbios em torno de Denver, a apenas três quilômetros do centro da cidade. Ele oferece moradia de baixo custo e uma localização central para indivíduos ou casais, ao mesmo tempo que se integra à morfologia do ambiente suburbano. O projeto consiste em um lote de 15 metros de largura dividido ao meio. De acordo com a legislação local, poderíamos construir a casa principal e uma "unidade de habitação anexa" (ADU) em cada metade.
Hotel Stack By Step Red Zone / Ismail Solehudin Architecture
O terreno consistia em um pequeno lote localizado em um espaço urbano movimentado, destinado para uso comercial. Apropriar a área de circulação, que antes era apenas um corredor, para a área da unidade foi a nossa primeira ideia. Esta estratégia permite que a escada se torne a única circulação horizontal e também vertical entre todas as unidades. Além disso, as escadas podem se tornar um espaço social para os usuários.