
“Nossas cidades são patriarcados escritos na pedra, no tijolo, no vidro e no concreto.” A frase da geógrafa feminista britânica Jane Darke escancara um fato incontestável: o desenvolvimento urbano em todo o globo sempre foi obra de homens. Nos postos executivos, “a maioria faz escolhas de política econômica ao planejamento de moradias, de localização das escolas aos assentos de ônibus, sem tomar conhecimento de como essas decisões afetam as mulheres, muito menos se preocupar com isso”, afirma a canadense Leslie Kern, geógrafa e doutora em estudos femininos pela Universidade de York.
No livro Cidade Feminista — A Luta pelo Espaço em um Mundo Desenhado por Homens (Oficina Raquel, 256 págs.), ela esmiúça os efeitos do domínio masculino em uma área que atinge em cheio o sexo oposto — ainda que em doses distintas quando comparamos brancas e negras periféricas, por exemplo.
