A fachada é um dos fatores mais importantes em determinados edifícios, podendo transformar completamente a experiência dos ocupantes e o desempenho energético. O Whole Building Design Guide mostra que a fachada pode ter uma participação de até 40% no uso total de energia do edifício. Além do uso de energia, as fachadas também impactam significativamente a produtividade dos ocupantes dentro de um edifício e, claro, a aparência do mesmo. Existem muitos fatores que contribuem para a criação de uma fachada de alto desempenho. Neste artigo, descrevemos as 5 principais coisas que uma equipe de projeto deve considerar.
1. Impacto na luz natural e nas vistas
As fachadas não apenas impactam no uso de energia dos edifícios, mas também na luz natural que penetra no interior do edifício. Esta pode ser dividida em quantidade de luz natural, medida pela autonomia espacial da luz do dia e qualidade da luz medida pela exposição solar anual. O volume do edifício, a relação janela-parede, a orientação das esquadrias, a transmitância visual dos vidros, as estratégias de proteção solar e muito mais podem ter um impacto significativo na quantidade e na qualidade da penetração da luz natural. Tanto a luz quanto as vistas podem influenciar drasticamente no valor imobiliário do edifício. Projetos multifamiliares, de hospitalidade, escritórios, laboratórios, educação e saúde com maior qualidade de vistas e luz natural estão associados a maior produtividade, recuperação mais rápida do investimento e mais bem-estar dos ocupantes. O sistema de classificação LEED destaca a importância da luz do dia e das vistas.
2. Uso de energia
O uso de energia de um edifício refere-se à energia necessária para operá-lo e sustentá-lo. Dependendo do desenho da fachada e das estratégias ativas e passivas implementadas, este valor pode variar muito. Isso leva a um custo de energia muito maior, tornando o edifício caro para operar. Os projetistas podem reduzir significativamente essa despesa implementando estratégias sustentáveis no início do processo. Avaliar a localização e orientação do edifício em relação ao sol, bem como os materiais e métodos de construção utilizados, podem ajudar a determinar o melhor caminho para uma fachada energeticamente eficiente. Solar Shading é uma poderosa estratégia passiva que, se totalmente utilizada, pode ter um enorme impacto no desempenho geral do seu edifício. No entanto, isso depende de vários fatores, incluindo a quantidade de sombreamento adicionado e o programa da edificação. Alguns equacionam erroneamente uma estratégia de sombreamento solar afinada aplicada em todo o projeto, apenas adicionando brises nas fachadas leste e oeste.
O sombreamento solar abrange um grande escopo de estratégias projetuais, desde a construção da massa, orientação, WWR (relação janela-parede - Window to Wall Ratio), colocação de vidros, propriedades do envelope, desempenho de aberturas e elementos de sombreamento tradicionais (aletas e saliências, prateleiras de luz, caixas de sombra e balanços) , elementos de sombreamento modernos (frit, sombras internas, vidros dinâmicos).
3. Conforto
O conforto dos ocupantes é o teste final do sucesso ou fracasso de um projeto. Os edifícios são feitos especificamente para as pessoas trabalharem, viverem e socializarem. Portanto, é fundamental que sejam pensados para atenderem às necessidades de seus ocupantes. Para priorizar a saúde, o conforto e a produtividade dos ocupantes, uma fachada de alto desempenho deve levar em consideração a quantidade de iluminação natural e o ganho passivo de calor que adentra o interior do edifício. A realização de estudos de radiação e ofuscamento durante os estágios iniciais do processo de projeto pode ajudar as equipes de projeto a selecionar as estratégias corretas para atingir esse objetivo.
4. Conforto Acústico
O conforto acústico é o bem-estar percebido pelo ocupante do edifício em relação à qualidade acústica de seu ambiente. O padrão de construção WELL destaca que a acústica tem a capacidade de reduzir significativamente a produtividade dos ocupantes. Apesar de seu impacto, essa métrica normalmente é considerada apenas quando o tipo de projeto é um teatro ou um auditório. Um grande fator de conforto acústico é a materialidade da fachada. Fornecer isolamento de redução de ruído ou materiais com propriedades semelhantes pode minimizar os ruídos e permitir níveis mais altos de produtividade para os usuários do edifício.
5. Carbono Incorporado
Além do uso de energia, que contribui para a redução do carbono operacional, o carbono incorporado refere-se aos Gases de Efeito Estufa (GEE) emitidos durante a extração, fabricação, transporte, construção, substituição e desconstrução de materiais de construção, juntamente com as emissões do fim da vida útil da edificação. Entre 39% e 80% da pegada de carbono total de um edifício é resultado do carbono incorporado dos materiais de construção. Se avaliado no início da fase de projeto, 80% do carbono incorporado de um edifício pode ser reduzido.
À medida que os códigos de energia e outros requisitos arquitetônicos se tornam mais rigorosos, os arquitetos devem colocar um foco maior na eficiência energética. Embora equilibrar estética, uso de energia, custo e conforto dos ocupantes seja uma tarefa desafiadora, muitos projetistas têm recorrido a ferramentas de modelagem de desempenho e energia de edifícios para coletar dados de projetos e executar análises para determinar o melhor projeto que atenda às suas metas de sustentabilidade.
Para saber mais sobre as melhores práticas para o projeto de construção sustentável, confira o centro de recursos do Cove.Tool.