Poucos eventos culturais unem o mundo todo como as Olimpíadas. Hoje, atletas de todo o mundo continuam participando de diversas competições após a pandemia de Covid-19. Os Jogos Olímpicos são considerados a principal competição esportiva do mundo, com mais de 200 nações participantes. Devido a isso, coloca-se em pauta o papel da arquitetura e do design no desenvolvimento urbano das cidades-sede após os jogos.
Uma discussão central sobre o impacto arquitetônico e urbano das Olimpíadas é a reutilização adaptativa e a capacidade de dar vida a esses locais, e na infraestrutura criada para servi-los, durante e após os jogos. Os artigos a seguir exploram os impactos arquitetônicos, urbanos e sociais dos Jogos Olímpicos, além de alguns estudos de caso. Juntos, eles discutem o que significa investir nesses grandes projetos urbanos e como seu impacto pode ser medido ou reavaliado ao longo do tempo.
Cidades estão evitando receber Jogos Olímpicos, mas não deveriam.
Os Jogos Olímpicos, sonho de todos atletas, direcionam o olhar do mundo para uma cidade-sede a cada dois anos, mostrando o melhor que o esporte tem a oferecer nas edições de verão e de inverno. Em uma atmosfera otimista que precede os jogos, é fácil notar um burburinho que toma a cidade-sede antes e durante do período de quatro semanas dos jogos, com turistas, mídia e atletas movimentando a cidade. Com uma opinião pública quase que sempre positiva (a maioria das candidaturas olímpicas tem 70% de aprovação ou mais), os Jogos se tornam uma oportunidade para uma nação mostrar para o mundo sua cultura e tudo o que ela tem a oferecer.
Como o Estádio Olímpico de Londres se transformou em um legado para a cidade
Antes mesmo de ser concluído, o destino após os jogos do estádio projetado pelo Populous para as Olimpíadas de Londres 2012 era uma questão complicada. Originalmente projetado para ter sua maior parte desmontada após o evento, um súbito interesse no futuro estádio por parte dos times de futebol locais levou a uma mudança na postura do governo, resultando em uma reforma de um projeto adaptado para sediar partidas de futebol. As consequências disso foram recentemente descritas pelo correspondente esportivo do The Guardian, Owen Gibson, como "um enorme e caro quebra-cabeça de engenharia" no qual "para todos os efeitos, foi completamente reconstruído".
Como (não) sediar as Olimpíadas
Explore a série do ArchDaily sobre as Olimpíadas e seu impacto. Tomemos o exemplo por excelência, o Estádio de Montreal de 1976, apelidado de “Big O” por sua forma circular e de “Big Owe” pela quantidade de dívidas que contraiu. Um caos completo: com greves trabalhistas, má gestão e projeto de difícil execução (o projeto de Rogert Taillibert pedia uma torre inclinada de 175 metros para abrigar um teto retrátil), resultando – no dia da inauguração – o estádio construído, porém torre e cobertura inexistentes.
Lista completa dos projetos dos jogos olímpicos de inverno de 2022 em Pequim
Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 e os Jogos Paraolímpicos se iniciaram em 4 de fevereiro de 2022. Neste ano, os Jogos Olímpicos de Inverno fizeram uma aposta corajosa ao adicionar duas áreas (Zhangjiakou e Yanqing) às áreas dos Jogo em Pequim, criando um sistema de três regiões inédito nas Olimpíadas de inverno. O Instituto de Design e Pesquisa Arquitetônica da Universidade de Tsinghua (THAD), liderou o planejamento e o projeto arquitetônico de todo e de todos os locais de Zhangjiakou e do Shougang Venue na região de Pequim.
Urbanismo olímpico: a vida após a morte dos parques e estádios das Olimpíadas
Desde seu início, em 1896, as Olimpíadas dos dias modernos têm sido vistas como uma oportunidade para as cidades que a sediam projetarem para o mundo uma imagem específica de si mesmas, de subsidiar grandes projetos de infraestrutura ou de desenvolver planos de redesenvolvimento rapidamente. Além dos atraentes e frequentemente discutidos estádios, há uma história complexa de urbanismo olímpico, que engloba os empreendimentos em grande escala catalisados pelo evento.
Jogos Olímpicos 2016: Dois legados para o Rio
Não é de hoje que a palavra “legado” é associada a eventos mundiais de grande porte – notadamente as Olimpíadas e a Copa – e já vimos esse tema ser tratado à exaustão nos últimos anos, ponderando os resultados para as cidades sedes após os Jogos de Barcelona (1992), Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012). Essencialmente, a questão gira em torno de algumas perguntas fundamentais: Quem são os maiores beneficiados com o “legado” dos Jogos Olímpicos?; Os enormes investimentos públicos valeram?; Haverá alguma melhoria para a população em geral? Os equipamentos construídos poderão ser adaptados para o uso cotidiano?