Desenhos e visualizações são arquitetura por si só. Como meios de reconsiderar o que vemos ou o que poderia ser, os estilos de desenho são tão diversos quanto os meios pelos quais são produzidos. Para os desenhos transparentes, a observação e a imaginação andam de mãos dadas. Não só este estilo único requer um exame crítico, mas também a capacidade de conceituar novas possibilidades.
Por definição, desenhos transparentes tornam as estruturas e objetos que estão além e atrás mais nítidos. O termo transparência envolve as noções ópticas ou observacionais de mostrar, ou ver através. Mas também implica na ordem espacial através de planos transparentes que se sobrepõem uns aos outros. Em outras palavras, espaço e forma são lidos como camadas e sobreposições. Como observa Kurt Ofer, fundador da Transparent Drawing, quando você desenha de forma transparente, você ganha uma maior compreensão de um objeto. "Quando você desenha de forma transparente, você entende simultaneamente a forma externa e o espaço interno." No centro deste trabalho está a relação entre os métodos de representação e desenho analítico.
O visualizador profissional de arquitetura Alex Hogrefe estava procurando diferentes maneiras de retratar a relação entre a estrutura e os espaços dentro de seus projetos. Seu trabalho é uma combinação de renderização e experimentação que se baseia na transparência e opacidade. Seu trabalho se concentra no que ele chama X-Ray Illustrations. Como ele observa, ele é atraído por esses tipos de ilustrações por causa da maneira como elas revelam escala, tectônica e a relação entre o interior e o exterior.
Daniel Castor, fundador da Castor Architecture, também foi reconhecido por seu trabalho explorando métodos de desenho transparentes. O Instituto de Arquitetura da Holanda criou uma exposição de seus desenhos e publicou o livro Drawing Berlage’s Exchange, e o Getty Center em Los Angeles montou uma exposição de seus desenhos intitulada A estrutura revelada: a bolsa de valores de Amsterdã. Em 1997, ele recebeu o Prêmio Roma de Arquitetura por um ano de pesquisa na Academia Americana de Roma. Seu trabalho, uma análise espacial do Tempietto de Bramante, mostra algumas das potencialidades e beleza dos conceitos dos desenhos transparentes.
Ofer oferece uma explicação adicional, afirmando que, "Desenhar com transparência nos permite ver e entender o objeto ou invólucro completo, tudo de uma só vez". O desenho transparente promove uma compreensão holística de um volume. Usamos desenhos transparentes para reanimar nossa compreensão humana de como o mundo funciona, e o simples ato de produzir desenhos nos quais todos os lados de um objeto são resolvidos está no cerne da teoria. A teoria opera na intersecção dos componentes visuais e literários de nossa cultura". Este estilo de desenho não só cria ilustrações poéticas com sua própria qualidade estética, mas também está intimamente ligado a processos de projeto.
Desenhos transparentes têm seu próprio significado arquitetônico. Eles são uma forma de ver e descobrir ambientes construídos e naturais, mas também de produzir uma nova arquitetura. Assim como descobrimos o mundo ao nosso redor a partir de experiências que moldam quem somos, também podemos encontrar relações análogas entre desenho e projeto. Ao entender a evolução da visualização arquitetônica, ilustrações transparentes nos dão uma maneira mais profunda de idealizar, perceber e criar de novo.
Este artigo é parte dos Tópicos do ArchDaily: O futuro da visualização arquitetônica. Mensalmente, exploramos um tema específico através de artigos, entrevistas, notícias e projetos. Saiba mais sobre os tópicos do ArchDaily. Como sempre, o ArchDaily está aberto a contribuições de nossos leitores; se você quiser enviar um artigo ou projeto, entre em contato.
.
