A Fundação Josef e Anni Albers/Le Korsa anunciou que a arquiteta nigeriana Mariam Issoufou Kamara, fundadora do premiado ateliê masōmī, foi selecionada para projetar o Bët-bi, um novo museu e centro cultural e comunitário no sudoeste do Senegal. Localizado perto de monumentos megalíticos nas proximidades da cidade histórica de Kaolack, Bët-bi será um museu de última geração, juntando-se à vanguarda do florescente cenário artístico da África Ocidental.
Bët-bi, que significa "o olho" em Wolof, será construído em um local conhecido por seus antigos elementos de pedra e inclui quatro sítios listados como Patrimônio Mundial da Unesco. O projeto de 1.000 metros quadrados apresentará espaços para exposições e eventos, salas comunitárias e uma biblioteca projetada para ser um lugar comum acessível e um ambiente aberto e inclusivo para todos os visitantes. Honrando a importância do local, o edifício responde às complexidades históricas e culturais da região, chamando atenção para o patrimônio único de Kaolack.
O desenho de Bët-bi é inspirado nas pessoas que moram e trabalham nesta parte do Senegal desde o século XI e são conhecidas por sua conexão espiritual com a terra e elementos naturais como sol, vento e água. O museu exibirá arte africana contemporânea e histórica e celebrará as culturas da África Subsaariana. A arte será seu ponto focal e oferecerá um programa educacional com uma variedade de iniciativas destinadas a envolver comunidades locais e nacionais com objetos artísticos de todos os cantos do mundo. O museu pretende desempenhar um papel importante nas iniciativas globais para facilitar e garantir o retorno de objetos originários da África Ocidental. Um espaço temporário será dedicado a objetos africanos repatriados, destacando o retorno da arte africana ao continente de sua criação.
O atelier masōmī está planejando colaborar com artesãos locais, garantindo que o projeto ofereça uma troca de conhecimento e experiência. O museu também pretende fazer parceria com uma série de instituições na África e no exterior para facilitar programas de estágio e curadoria convidada.
Abordamos este projeto através de uma retrospectiva do passado do local. Observamos de perto a história do Reino Saloum e ficamos absolutamente fascinados com sua origem, como um lugar fundado conjuntamente pelo povo Serer e pelo povo Mandinka. Estes últimos são historicamente também um povo do império do Mali que é conhecido por sua arquitetura monumental. Como museus e galerias são um produto de nosso passado mais recente, é importante para mim que o projeto sirva como um imperativo ousado para continuar o diálogo recente que repensa a tipologia a fim de explorar novas linguagens espaciais em torno dos museus. -- Mariam Issoufou Kamara
A arquiteta foi selecionado por um júri entre quatro outros escritórios de arquitetura africanos. Ela fundou o atelier masōmī em 2014, na capital do Níger, Niamey, abordando projetos de espaços públicos, culturais, residenciais, comerciais e urbanos. A previsão é que o projeto seja aberto ao público em 2025.