Stand Up for the Seas! é uma instalação projetada por Rozana Montiel Estudio de Arquitectura para a exposição Terre! Land in Sight da Cité de l'architecture et du patrimoine no âmbito da 2ª edição da Biennale d'Architecture et du Paysage d'Île-de-France (Bap, 2022) em Versalhes. A peça é feita de materiais reciclados (aço, redes e solo) e convida o visitante a caminhar dentro de uma rede de pesca submarina para experimentar o que é estar preso. Stand Up for the Seas! confronta o conflito da poluição dos mares.
Três arquitetos, vencedores do Global Awards for Sustainable Architecture, foram convidados a projetar uma instalação em escala 1:1 que deveria responder a uma questão crucial de nosso tempo: "Como podemos reinventar nosso habitat diante da emergência climática e do esgotamento de nossos recursos?" O tema proposto por Jana Revedin (Presidente fundadora do Global Award for Sustainable Architecture e curadora da exposição), e Marie-Hélène Contal (Diretora do Departamento de Desenvolvimento Cultural da Cité de l'architecture et du patrimoine e co-curadora da exposição) visa abordar a conexão entre o Velho e o Novo continentes.
A instalação se apresenta como uma reflexão sobre as correntes marítimas que levaram os navios europeus para as costas americanas. Stand up for the Seas! (em português, "Defenda os mares!") é um pavilhão que convida o visitante a caminhar dentro de uma rede de pesca para compreender, através de um jogo de escalas entre a rede e um barco de arame suspenso, a magnitude do conflito global da poluição dos mares. As redes de pesca são enormes e apanham de tudo, sem distinção. Ao habitar o interior da rede, o visitante experimenta a sensação de estar preso.
Esta instalação foi construída com alguns poucos elementos reciclados (aço, redes e solo). Uma estrutura semelhante à de uma escultura foi projetada como um lugar para escalar, brincar, conhecer, andar, sentar, descansar, contemplar e refletir. Foi utilizado aço 100% reciclado recuperado pela Gerdau Corsa de aterros sanitários próximos à Cidade do México. Além disso, o projeto também teve colaboração do CARE (Centro Avanzado de Reciclaje) para produzir o piso de polímeros e Máscaras de Alambre, os artistas por trás do barco de arame.
A transformação do ordinário em algo extraordinário demanda compromisso. Acreditamos na criação de um senso de identidade e pertencimento através de novos materiais, texturas e atmosferas em diálogo com o contexto local. Cada vez mais, o desperdício deve ser re-significado e transformado em um recurso. Para esta instalação, experimentamos criar um novo material retalhando redes de pesca - um macroplástico - com microplásticos destilados da areia e do oceano, e os fundimos para fazer um piso de polímeros, que é um material de construção útil.
- Rozana Montiel Estudio de Arquitectura
A instalação é acompanhada por doze painéis que contam a história do que está acontecendo nos mares e descrevem de forma lúdica nossa proposta sobre como confrontar a questão. Os objetos destes painéis foram coletados durante a limpeza das atividades pesqueiras nas praias mexicanas organizada pela Sustenta e a Fundação HeelHabilidadesAC em colaboração com Manolo Ruiz e Alfredo Blázquez.
Este pavilhão será transferido para novos locais a fim de continuar a reflexão sobre a poluição dos mares ao redor do mundo. Para mais informações visite Rozana Montiel Estudio de Arquitectura.