"Menos é mais!", "ornamento é crime", são algumas das frases de modernos que moldaram a linguagem arquitetônica ocidental no século passado e ainda seguem como forte influência na hora de pensar os espaços hoje. O minimalismo, por mais que dificilmente seja realizado dentro de sua essência original, ainda tende a valorizar o vazio, a limpeza estética e o purismo do espaço.
Mesmo com uma grande corrente de críticos, que chegam até a questionar a morte do minimalismo, o que vemos é que isso está longe de acontecer. Assim como qualquer outra linguagem, ele pode sofrer algumas transformações, mas ao respeitar o uso dos materiais - como concreto, vidro, madeira e aço -, trazendo uma complexa simplicidade e funcionalidade ao desenho, os projetos ditos minimalistas se fazem ainda bastante presentes na arquitetura contemporânea.
O motivo para isso pode estar na versatilidade de possíveis ocupações que tais espaços permitem, assim como a "pureza" do ambiente apresenta um contraste - e alívio - perante um mundo no qual somos constantemente inundados pelas mais distintas imagens e formas: a dita poluição visual.
Além disso, o primor dado aos detalhes, acabamentos e mobiliários destacam o que é necessário em cada ambiente, trazendo uma mensagem direta sobre qual imagem esse espaço deseja transmitir e o que deve ser visto como protagonista no desenho. Por fim, cria-se um ambiente no qual o movimento dos corpos ganham destaque e o desenho arquitetônico se coloca como uma linguagem que ao apontar para o mínimo passa por um refinamento único.
Sendo assim, apresentamos ao decorrer do texto XX projetos brasileiros contemporâneos que, de alguma forma, exploram a estética minimalista. A seleção marca principalmente a diferença entre cada projeto, seus programas, escalas e texturas. Mostrando que espaços que ressaltam o vazio também podem ser vigorosos.