Com o início da década de 2020, a Geração Z está visivelmente reivindicando seu lugar no mundo com perspectivas e estética ainda mais ousada. A Geração Z experimenta orgulhosamente diferentes identidades, tendo crescido em uma internet opinativa e confusos lockdowns. Eles estão em busca de uma mudança cultural com formas orgânicas, elementos coloridos e padrões conflitantes que dominam a arte, a mídia, a moda e o design de interiores. A tendência está afastando o minimalismo outrora reinante, gritando que menos é um tédio, como já dizia Venturi.
Um estilo de design estridente salta sobre os algoritmos da mídia social, coletando um número crescente de seguidores. Suas características marcam a ressurreição de uma tendência recorrente - o maximalismo. Como o nome sugere, o maximalismo tem tudo a ver com a maximização de tudo, desde sombras e texturas até materiais e formas. No design de interiores, ele se manifesta como um espaço super pessoal que explode com estímulo visual. A Sra. Pink da Quirk & Rescue reflete devidamente a mentalidade maximalista ao dizer "Você nunca pode ter tanta coisa boa".
Os interiores maximalistas dominam a arte de More is More, apresentando elementos contrastantes em paletas abrangentes. Um acúmulo de plantas, pinturas, coleções e lembranças evidenciam o visual, ao mesmo tempo, em que acrescentam uma camada de personalidade ao espaço. Hoje, a maioria dos cômodos ecléticos se inspiram no movimento Memphis e nos estilos pós-modernos. O maximalismo também promove uma visão descolonizada do design ao trazer de volta elementos que eram muito "kitsch" para aqueles que antes estavam no poder.
Ao contrário da cultura do cancelamento ou das tendências virais da internet, a Geração Z não inventou o maximalismo. Assim como o próprio design, a história do maximalismo é repleta de influências. A tendência remonta à Europa do século XVI, quando os ricos tornaram público seu gosto pelo excesso por meio de pinturas de câmaras fortemente mobiliadas. Após algumas décadas de obscuridade, o estilo ressurgiu nas casas da era vitoriana como uma forma de autoexpressão e identidade. O maximalismo continuou a crescer e recuar, assim como o movimento contrário 'minimalismo', seguindo booms e recessões econômicas, e a busca por excelência de elementos novos e brilhantes.
O maximalismo é definitivamente uma das muitas revoltas da Geração Z contra as gerações anteriores, por exemplo, perturbando a cultura da arquitetura nos ambientes de trabalho. Os lockdowns também afastaram o pêndulo do minimalismo, em direção a ambientes mais vibrantes e estimulantes. Nessa época, o TikTok surgiu como uma janela para diversos estilos de vida, convidando as pessoas a experimentar as tendências de interiores. Com mais tempo livre e recursos online, a reforma das casas e o DIY cresceu em popularidade. O maximalismo rompeu as casas monótonas e seus habitantes frustrados desejando excitação visual.
“A geração Z abraça o individualismo, e as plataformas de mídia social são um ótimo recurso para descobrir estilos de interiores que conversam com eles”, segundo os famosos maximalistas do TikTok, Josh e Matt. Sem exemplos em livros didáticos, o maximalismo é uma saída para exploração e autodescoberta. O estilo incentiva uma curadoria de elementos significativos e uma exibição ornamentada de personalidade. Cores, padrões e formas são colocados em camadas para criar espaços únicos para o indivíduo. Através do maximalismo, as casas tornam-se museus de interesses pessoais, hobbies e memórias preciosas.
O maximalismo que vemos hoje segue o modelo de suas tendências de origem com influência de valores sociais contemporâneos. Seguindo uma época de minimalismo milenar, o maximalismo dos anos 2020 ainda carrega os sentimentos eco-conscientes de seu antecessor. Embora a tendência pareça glorificar um estilo de vida materialista, os maximalistas da Geração Z ecoam filosofias anticonsumistas.
Uma ênfase na sustentabilidade faz com que a tendência familiar pareça incrivelmente nova, resultado em criadores de conteúdo online espalhando dicas de redução, reutilização e reciclagem em grande estilo. Josh e Matt adoram compartilhar seus achados vintage e sua decoração upcycle para seu apartamento maximalista em Melbourne. "Neste período crítico, nos sentimos responsáveis por educar sobre como o maximalismo pode assumir uma abordagem sustentável e circular", diz a dupla ao ArchDaily.
Desde que cada peça de decoração seja escolhida conscientemente com a sustentabilidade em mente, os maximalistas podem manter uma pegada ecológica baixa. Móveis e acabamentos devem durar e permanecer em circulação, minimizando a quantidade de resíduos gerados. O maximalismo do TikTok glorifica os itens reaproveitados e as comunidades online trocam peças alegremente umas com as outras. Como o maximalismo não tem regras, as peças individuais do design nunca saem de moda.
“A ideia de sustentabilidade não deve ficar atrelada a um tipo de estilo interior”, ressaltam Josh e Matt, "Ao invés de encontrar o estilo mais sustentável, devemos encontrar maneiras de tornar qualquer estilo sustentável". A criatividade é o cerne do maximalismo. Sua filosofia só motiva uma nova onda de maximalistas a inovar alternativas sustentáveis. Com sistemas mais descentralizados e acesso a informações, a Geração Z certamente avançará na área de design com a sustentabilidade em primeiro plano.
