O Brasil é, em área, um dos maiores países do mundo, estendendo-se da Linha do Equador até depois do Trópico de Capricórnio e apresentando uma grande variedade de climas e vegetações, o que implica nos diversos cenários naturais, flora e faura pelos quais o país é conhecido. A arquitetura residencial, quando considerada a partir de seu local de implantação, deve se adaptar às condições do entorno, transformando seu desenho de acordo com o clima e a morfologia. Reunimos a seguir uma seleção de casas brasileiras que respondem ao meio natural onde estão inseridas.
Aziz Ab’Saber, um dos mais conceituados geógrafos brasileiros, mapeou e estudou o território nacional, transformando o entendimento a respeito de suas características naturais. Sua pesquisa reconhece seis grandes domínios paisagísticos e macroecológicos, conhecidos como domínios morfoclimáticos, que são ambientes com características de relevo, tipos de solos, vegetação e condições climático-hidrológicas específicas. Entre cada domínio encontram-se faixas de transição.
Os seis domínios morfoclimáticos são: o Amazônico, que ocupa a região norte quase toda e uma parte do Maranhão; os Cerrados, na região centro-oeste do Brasil, uma parte do Maranhão e também de Minas Gerais; os Mares de Morros, que é o domínio que vai da costa norte a sul do país, concentrada mais ao litoral; a Caatinga, domínio que aparece nos estados do nordeste, com exceção do Maranhão; a Araucária que se concentra no interior da região sul; e as Pradarias que ficam concentradas no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, as faixas de transição também ocupam boa parte do território nacional, cortando estados como Minas Gerais, por exemplo, ou ainda pegando toda a região do Pantanal no centro-oeste.
Cada domínio apresenta características de clima, solo e vegetação que moldam a paisagem e impactam também no desenho da arquitetura. Para os domínios com maior índice de precipitação, como é o caso do Amazônico e dos Mares de Morros, as casas precisam se preparar para lidar com alta umidade e também com as chuvas torrenciais, enquanto que nos climas mais secos, como a Caatinga e o Cerrado, os projetos precisam criar artifícios de resfriamento passivo. Ao mesmo tempo, mesmo que pertençam ao mesmo domínio, há também diferenças internas a depender da especificidade de cada região, que podem impactar em características climáticas diferentes.
Amazônico
Casa Treliça / Roberto Moita Arquitetos
Casa Campinarana / Laurent Troost Architecture
Caatinga
Casa Peixe Gordo / Arquitetos Associados
Casa Modico / Atelier Branco Arquitetura
Cerrado
Casa Cavalcante / BLOCO Arquitetos
Casa Serrana / Studio Coplanar
Casa Float / Spirale Arquitetura
Mares de Morros
Casa Guararema / Terra e Tuma Arquitetos Associados
Fazenda Painal / N2B Arquitetura
Casa FVB / Claudia Haguiara Arquitetura
Araucárias
Casa do Lago / Cadi Arquitetura
Casa Pinho / Canalli Arquitetura
Pradarias
Faixas de transição
Casa das Minas / MACh Arquitetos
Casa Açucena / TETRO Arquitetura
Nota do Editor: Este artigo foi publicado originalmente em 21 de setembro de 2022.